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Enviada em: 29/04/2018

Na Semana de Arte Moderna de 1922 houve a apresentação de uma nova perspectiva de arte no Brasil, inspirada na estética das vanguardas europeias. Tal conceito chocou a população e não foi bem compreendido, o que gerou intensas críticas ao movimento e aos seus idealizadores brasileiros. Entretanto, a arte é transgressora e proporciona reflexão, e, portanto, não deve ser oprimida, diferente do que ocorre inúmeras vezes no país. Isso acontece, não raro, pela intolerância ao díspar, por atos de censura, entre outros motivos.   Existe, no Brasil, desde o período da colonização, uma forte cultura de preconceito contra manifestações e indivíduos fora do padrão estipulado pela sociedade, e isso se torna muito evidente em relação à arte, a qual sofre, muitas vezes, represálias quando usada como forma de representação cultural e inovação social. Um exemplo disso é que na própria Semana de Arte Moderna de 1922 alguns participantes foram acertados com alimentos jogados pelo público como repressão e foram comparados até mesmo a doentes mentais, simplesmente por buscarem demonstrar novas perspectivas para o mundo artístico.    Ainda vale lembrar que o artigo 5º, inciso IX da Constituição Federal brasileira estipula que "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença", e ,dessa forma, a arte e suas exibições devem acontecer baseadas na liberdade de expressão. Contudo, não raro, ocorrem atos de censura até a atualidade, como, por exemplo,  o que aconteceu com a exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira" em 2017, a qual foi cancelada após diversas críticas nas redes sociais, que consideravam que a mostra era polêmica e imoral.     Dessa maneira, é imprescindível que o mundo da arte seja respeitado e não receba limites, pois limitar a arte significa retirá-la da sua essência revolucionária. A fim de que isso ocorra, é necessário que as escolas de todo o Brasil, em conjunto com o Ministério da Educação, apresentem mais aulas direcionadas, palestras e feiras relacionadas às manifestações artísticas e seus debates, com o intuito de criar, desde as fases mais tenras, indivíduos mais próximos das artes, bem como deve haver também o apoio importantíssima da família, por meio de diálogos instrutivos e incentivo a frequentar exibições culturais. Ademais, é primordial que o governo assegure o poder de liberdade artística, como consta na Constituição, e fiscalize e proíba atos de censura que aconteçam, punindo aqueles que ratificaram tal alto, por intermédio de, por exemplo, penas e multas. Afinal, a arte é o lugar da liberdade perfeita, como cita o poeta francês André Suares.