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Enviada em: 20/04/2018

Liberdade de expressão: um direito de força construtiva.             "Se você acredita na liberdade de expressão, você acredita na liberdade de ser dito o que você não gosta"; com essas palavras (em livre tradução), o linguista Noam Chomsky condensa o que é respeitar a opinião do outro. No entanto, o que vemos hoje é uma forte repressão que visa calar a alteridade. Numa época de extremos, há uma tendência em subjugar o alheio, em contramão ao pensamento supracitado. Portanto, essa conjuntura que condena a livre comunicação precisa ser revista.       Sob outro vértice, é claro que há declarações que demonstram um senso negativo, que minam o bom convívio. Porém, precisamos ouvi-las para debatê-las. E mais, coibir a comunicação é concentrar extremos; o tão essencial debate é visto como destrutivo. É comum ouvir-se: "Não pode discutir política"; "Não pode falar sobre aborto". Como não? Não falar virou solução para as questões? A supressão do debate e das ideias é o problema central. Expressar-se é salutar, fundamental para o ser social que somos; é falando e ouvindo que nos construímos.       Reforçando, a aversão à alteridade é notória, histórica. O antropólogo Claude Lévi-Strauss refere-se à necessidade de um povo destruir a cultura do outro como "antropofágica". Há uma tendência natural, vastamente observada nos antepassados, em considerar a cultura alheia como inferior; referir-se a outros povos como "bárbaros". Parece que tínhamos superado isso. Mas, decerto ainda há um problema em considerar o outro. E agora parece que encontramos um jeito politicamento correto de desconsiderar ou até calar a fala do outro.       Tragicamente, é um problema enraizado. Não há como extirpar tal comportamento humano. Contudo, o caráter positivo do debate precisa ser considerado. A força da comunicação precisa ser respeitada. O Governo Federal deve garantir a livre expressão, bastando restringir discriminações previstas em lei. Com isso, seria importante divulgar nos principais meios de comunicação (rádios, jornais, revistas e canais de televisão, a exemplos) o direito e a importância da liberdade de expressão, ressaltando que há amparo legal para todo cidadão manifestar sua opinião. Produzir-se-á, através disso, uma consciência coletiva muito mais saudável e madura, importantíssima para qualquer sociedade.