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Enviada em: 02/08/2018

No viés contemporâneo, o politicamente correto tornou-se alvo de debate na medida em que as minorias se tornaram grupos cada vez mais organizados socialmente. Essa realidade, portanto, trouxe reflexões sobre o humor, uma vez que estereótipos não devem ser reforçados na roupagem de piadas e, tampouco, disfarçados de liberdade de expressão.         Sob essa conjectura, a luta das minorias qualitativas, como os negros, mulheres, homossexuais e etc, conquista cada vez mais direitos e espaço na mídia. Entretanto, ainda é nítido a tentativa de se manter o politicamente incorreto sob a perspectiva da Constituição Federal brasileira que aborda sobre a livre manifestação artística. Nesse contexto, a realidade é que tentar menosprezar esses grupos sob o escudo da liberdade de expressão  apenas representa os próprios valores da sociedade onde humilhar e reforçar preconceitos é uma construção histórica normalizada culturalmente.         Conquanto, por mais que a mídia busque evitar um humor estigmatizado, há canais que abrem margem para programas que reforçam estereótipos. Exemplifica-se o programa “Pânico”, onde o machismo e o bullying são abordados na forma de quadros humorísticos que viabilizam humilhar pessoas, como portadores de deficiência. Na lógica da mídia capitalista, mantém-se aquilo que gera lucro e, portanto, vê-se que a sociedade ainda consome e admite esse formato de comicidade. Logo, assim como se discute no filme “O Riso dos Outros” de Pedro Antes, o politicamente correto deve trazer a reflexão sobre o que a coletividade acha engraçado e, a partir disso, trazer mudanças positivas para a sociedade.        Por conseguinte, infere-se que a liberdade de expressão não deve ser escudo para preconceitos. Observa-se que a mídia, concessão pública e que atinge as massas, seja portal de reflexão por meio de programas e, concomitante, o Governo Federal deve fomentar centros de discussões sobre os limites da liberdade de expressão em universidades e colégios, a fim de debater sobre o supracitado. Ademais, o politicamente correto é necessário para a manutenção da sociedade inclusiva.