O politicamente correto caracteriza-se por um movimento que procura moldar comportamentos, hábitos, gestos e linguagem na vida em sociedade. Nesse sentido, tenta-se coibir o uso de expressões verbais ou atitudes com significações agressivas. Contudo, o mal uso do conceito, dando lhe interpretações parcial nos diálogos é problemático.Nesse sentido, é imprescindível analisar seus efeitos negativos na sociedade. Em primeiro plano, o Estado democrático requer, entre outros, dois valores essenciais: liberdade e igualdade. No Brasil, no que tange aos direitos individuais existem leis que garantem tanto o direito de expressão, quanto a criminalização do racismo ou assédio moral, infelizmente, mazelas na sociedade. Desse modo, existe o pressuposto de que o Estado já intervém à favor da equidade de direitos. Entretanto, nas relações sociais, muitas vezes, percebe-se um cenário controverso ao estabelecido em lei. Isso acontece, pois as inúmeras ocasiões os preconceito estão camufladas em discursos que se justificam pelo mesmo argumento falacioso do direito à liberdade de opinião, ou deturpam a ideia do politicamente correto ao reduzi-lo a censura. Cabe ressaltar o desafio cultural envolvido nessa temática. No documentário "O riso dos outros", produzido por Pedro Arantes tem-se a reflexão da existência de uma dose de crueldade, historicamente produzida no Brasil, e percebida no consenso da plateia em espetáculos humorístico que realizam associação entre humor e insultos. Portanto, não é razoável que ainda haja confusão entre bom senso, ética e censura nos discursos sociais. A fim de mudar esse cenário, o Ministério da Educação deve realizar peças publicitárias em redes sociais do governo e na televisão que dialoguem com os implícitos ofensivos presentes em falas, e usar como Slogan: "não é só uma piada" e " politicamente correto é ser empático"usando, também depoimentos de empreendedores sociais que falem sobre empatia, solidariedade e combate ao preconceito. Assim o assunto tornará pauta de reflexão no país.