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Enviada em: 05/09/2018

O livro “O que é isso companheiro? ” do autor Fernando Gabeira retrata, entre outros fatos, a forma que a censura atuou na ditadura militar de 1964. Infelizmente, algumas raízes do ato censurador permanecem controlando ideias e expressões artísticas baseando-se no politicamente correto, porém, devemos atentar aos indivíduos que usam ofensas e opressões apoiando-se na imprescindível liberdade de expressão. Em síntese, o limite ente as duas vertentes devem ser debatidas na sociedade com intuito de se tornarem claras e racionais.         Mediante o exposto, nota-se que o ato de oprimir está intrínseco na sociedade, e como afirma o sociólogo Émile Durkhain, o fato social é o fenômeno caracterizado por ações pensamentos exteriores e coercivos ao indivíduo, desse modo, as pessoas tendem a adotar tal comportamento. Em exemplo, a exposição Queermuseu apresentada no Santander Cultural foi cancelada após duras críticas nas redes sociais, dado que, internautas julgaram a arte imprópria para ser exposta. Logo, apesar da garantia da lei, a arte pode ser “proibida” por apoio da população pela ideia de politicamente correto.         Não obstante, é notório que muitos usam recursos legais para disseminar discursos de ódio. Nesse âmbito, segundo pesquisas do grupo Comunica Que Muda, cerca de 84% das menções sobre temas como racismo, religião e homofobia são negativas e justificadas pela liberdade de expressão. E, como Immanuel Kant afirmava, “O homem é aquilo que a educação faz dele”, destarte, conclui-se que, o indivíduo pode erroneamente se apoiar em leis para agredir verbalmente o próximo sem discernimento ético e moral, ao passo que, este assunto é pouco delimitado no ambiente educacional.         Infere-se, portanto, uma demarcação lógica entre a livre expressão e a convenção política correta. No âmbito nacional, o Ministério da Educação deverá promover palestras ministradas por professores em locais públicos para o público em geral, bem como criar campanhas sobre o tema visando especificar a real ofensa destinada ao próximo e o direito de se expressar. No contexto global, as maiores mídias poderão proporcionar propagandas valorizando a expressão aberta que respeite o próximo, incluindo também, em seus filmes e programas diários. Assim, o mundo poderá distanciar dos fatos que Fernando Gabeira descreve e do mesmo modo contar com respeito individual cunhando a divisória entre esses dois panoramas primordiais para o convívio social.