Materiais:
Enviada em: 06/10/2018

O politicamente correto surgiu nos Estados Unidos com a intenção de extinguir termos e ideias que pudessem ofender à minorias que seriam constantemente oprimidas. Por consequências lógicas, tal postura tende a censurar o que venha a ser dito por alguma pessoa, entrando, portanto, em contradição com o direito do indivíduo se expressar livremente, fazendo com que o debate se reduza somente a posturas preestabelecidas  e encerrando a pluralidade de ideias.      Primeiramente, deve-se notar que o homem sempre buscou se expressar por vários meios e, por se expressar sempre, é inevitável que alguma ideia não ofenda ou afete uma pessoa ou um grupo específico. A interpretação que deve ser evitada em tal argumento é da que pode-se fazer tudo sem consequências. Errado. A liberdade do indivíduo é acompanhada da responsabilidade dos seus atos, portanto, este deverá ser punido caso inflija o que há na lei referente à injúria, ofensa, crime de ódio, etc.           Tratando-se da liberdade, o filósofo Karl Popper, ao criar o paradoxo da intolerância, que fala sobre tolerar ideias intolerantes em uma sociedade democrática e tolerante, faz uma analogia com o tema que, assim como no paradoxo, ideias intolerantes, ofensivas ou subversivas serão extintas pela própria população que não as aceitariam e naturalmente deixariam de existir, sendo, praticamente, um politicamente correto "natural". Desse modo, já existem controles sociais e jurídicos que impeçam a propagação do que é ofensivo,logo, o politicamente correto, na sua forma atual, nada mais é do que censura e homogeneização de ideias.         Sendo assim, a liberdade do indivíduo é algo que deve ser preservada e seus atos errados punidos. Para que exista uma melhor harmonia entre liberdade e o politicamente correto, deve haver o combate e discernimento, de modo jurídico, das ideias que sejam notoriamente ofensivas daquilo que é expressão e que carrega consigo a possibilidade de ofender pessoas ou grupos, preservando assim a pluralidade de ideias.