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Enviada em: 17/10/2018

Brasileiro no país das utopias   Na obra "Claro Enigma", o escritor modernista Carlos Drummond de Andrade, aborda a "Máquina do Mundo", essa que em tese apresentaria todas as respostas do universo, por sua vez, o eu-lírico, cético, ao possuir a oportunidade de tê-las, rejeita, já que o mundo não valeria a pena. Se vivesse hoje, por certo veria acertada a sua decisão, haja vista, os limites impostos à liberdade de expressão e ao politicamente correto, uma vez que permanecem em uma sociedade individualista e intolerante. Por conseguinte, é imperante um olhar crítico acerca dessa problemática, a fim de criar medidas concretas e eficazes que contribuam para resolver essa discussão no país.   Na corrente desse pensamento, cabe salientar que, durante a ditadura militar, o Ato Institucional Número 5 restringiu toda e qualquer liberdade de expressão, instituindo a censura da cultura e dos meios de comunicação, por exemplo, uma das composições de Chico Buarque, a canção "Cálice". Em contrapartida, no hodierno, os meios de comunicação, principalmente midiáticos, tornaram o principal mecanismo de obtenção informativa e cultural da população. Contudo, apesar do fim do regime militar, a imprensa continua sendo dirigida por forças políticas, o que impossibilita o pleno exercício do senso crítico individual, além de fomentar a criação de doutrinas ideológicas e partidárias no país. Desse modo, a liberdade de expressão midiática torna-se abusiva.  Outra perspectiva, a qual merece devido destaque, diz respeito ao pensamento de Max Weber, o Estado, teoricamente, possui monopólio da justiça e da violência, o que garante coesão social. Contudo, ao falhar ou tardar em cumprir sua função punitiva, esse agente pode ser visto por muitos como ineficiente ou conivente, o que estimula atos de barbárie por parte de pessoas que julgam poder falar e fazer o que bem entendem. Por conseguinte, ao não cumprir seu papel, o Estado perde o monopólio da força, causando fenômenos como discursos de ódio e desrespeito a liberdade do outro.  Buscar, portanto, respostas para essa problemática é de responsabilidade social. Em primeira instância, é essencial que o Ministério da Educação estipule que todas as escolas aprofundem mais em temáticas sociais, já que é necessária uma luta mais engajada no combate à intolerância, especializando professores de sociologia com cursos de capacitação e aumentando a importância das feiras educativas por meio de competições entre as escolas e premiações aos melhores colocados. Além disso, o Poder Legislativo deveria garantir uma imprensa livre à população, para isso seria necessário modificar alguns aspectos na constituição, por meio de leis que proíbam políticos de induzirem pensamentos partidários veiculados midiaticamente.