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Enviada em: 27/04/2019

A liberdade de um indivíduo vai até onde não interfira na do próximo, defende o filósofo Stuart Mill. Nesse sentido, deve-se analisar os limites que existem entre a liberdade de expressão e o politicamente correto — assunto bastante repercutido nos debates atuais — ou seja, as formas contemporâneas de censura e a banalização da repressão aos discursos contrários a uma ideia são fatores que precisam ser discutidos.       Em primeiro lugar, é notável que, em algumas esferas, como a política, a censura permanece presente no hodierno. Conforme a constituição de 1988, a liberdade de expressão é um direito do cidadão brasileiro. Entretanto, tal fato nem sempre ocorre. Isso é exposto em casos ocorridos no primeiro semestre de 2019, como as investigações do Supremo Tribunal Federal aos usuários que o vinham criticando e, ainda, pela condenação à prisão do humorista Danilo Gentili por "zombar" da deputada Maria do Rosário em um evento, o que mostra que a "liberdade" no país nem sempre é aplicada com vigor. Dessa forma, são necessárias medidas que visem revisar essa lei já estabelecida, para que ela possa cumprir seu papel social corretamente.       Nesse ínterim, a repressão às ideias e ideologias distintas de alguns indivíduos também deve ser algo discutido. Segundo a teoria sobre liberdade do filósofo Stuart Mill, deve haver limites nesse direito individual. Nessa perspectiva, em concordância com essa ideia, pode-se ressaltar a tentativa que ocorreu, atualmente, em censurar as obras do escritor Monteiro Lobato, pois elas apresentavam "mensagens racistas" em alguns fragmentos, conforme os relatos de especialistas. Não obstante, embora analisado por uma visão superficial isso pareça correto, deve-se lembrar que os textos foram escritos em outro período, com um Brasil extremamente diferente do século XXI e bastante enraizado com costumes escravistas, o que modifica a forma que essas obras devem ser estudadas. Destarte, é necessário ser discutido sobre essas atitudes em sociedade, de modo que  seja explicado que essas ações são incorretas de serem defendidas no hodierno, ao contrário de julgá-las, pois como afirma o filósofo Friedrich Nietzsche, "o indivíduo age conforme sua época".       Infere-se, portanto, que existem limites entre a liberdade de expressão e o politicamente correto no Brasil. Logo, para reverter esse fato, o Ministério da Justiça deve, com apoio de especialistas, revisar e modificar a lei sobre liberdade de expressão, elaborando melhor sobre quais atitudes ela deve ser seguida e quais não, para que ocorra uma maior igualdade de direitos aos brasileiros. Além disso, O Ministério da Educação pode divulgar propagandas, com professores que expliquem a existência do anacronismo e que nem sempre é correto julgar indivíduos de uma época diferente da atual.