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Enviada em: 15/10/2017

É indubitável a necessidade da liberdade de expressão na conjuntura sócio-política democrática. Entretanto, muitas pessoas usam esse direito, garantido na Constituição de 1988, com a finalidade de propagar conteúdo racista, discriminatório e desrespeitoso. Portanto, o debate acerca dessa liberdade é fundamental para reconhecermos seus limites, e também justificar a importância do politicamente correto.     Segundo Jacques Turgot, a liberdade é o direito de fazer tudo quanto não prejudique a liberdade dos outros. Nesse sentido, percebe-se que a ofensa direta, seja por questões políticas, econômicas ou sociais, perpassa o limite da liberdade de expressão. Além disso, muitas vezes essa ofensa é camuflada na forma de humor em músicas e filmes, por exemplo, abrindo margem para inferiorizar grupos minoritários, como negros, mulheres e homossexuais, indo de encontro ao idealizado pelo filósofo francês.      Em segundo plano, é notório que o diacronismo do politicamente correto não foi elucidado socialmente. Nas redes sociais, como Facebook e Twitter, é recorrente a propagação do discurso de ódio sendo justificado pela liberdade de expressão. Isso ocorre pois muitos estão restritos às suas "bolhas sociais", que não aceitam opiniões adversas e apelam ao politicamente incorreto para estabelecer a ideia de superioridade ideológica. É evidente, por conseguinte, que o limite da liberdade de expressão e do correto tornou-se variável para diferentes grupos sociais.     Infere-se, pois, que o direito garantido constitucionalmente ultrapassa, em muitos casos, os limites legais. A fim de mitigar a problemática, o Governo Federal deve especializar criminólogos que averiguem, de forma imparcial, denúncias formais realizadas que ataquem diferentes grupos sociais, demonstrando que a liberdade de expressão não é absoluta. É imperativo, também, que colégios e faculdades elucidem, em debates e palestras, o politicamente correto, fomentando a opinião crítica e respeitosa de jovens e adolescentes, despertando a responsabilidade social individual e coletiva.