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Enviada em: 16/10/2017

Durante o período da ditadura militar brasileira, a censura imperava e a liberdade de expressão era quase inexistente, enxerga-se que ela foi uma das maiores conquistas do homem no que se diz respeito a conviver em sociedade. Porém, tal conquista possui pontos tanto positivos como negativos. Como positivo, tem-se a maior participação do povo na política, trazendo a tona a essência da democracia, de negativo, ódio manifestado como opinião. Ao observar esses extremos, é inevitável o questionamento, existe de fato um limite para a liberdade de expressão?  Foi graças a tal liberdade que a sociedade brasileira é plural, isto é, cada um tem o direito de pensar diferente e ser respeitado, como já dito por Voltaire: "Não concordo com uma única palavra que disseste, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo". Viver em uma sociedade assim permite que você possa manifestar-se publicamente a respeito de temas, concordando ou não, você tem o direito por lei de expor suas ideias. Este cenário possibilita que a real democracia seja alcançada, onde o povo não é obrigado a ficar calado e aceitar tudo que é imposto, por meio de debates, votações, e principalmente diálogos pacíficos, alcança-se uma decisão que agrade a maioria da população. Entretanto, têm-se também que tal liberdade vem com um preço enorme: pessoas que não reconhecem o limite, manifestando opiniões preconceituosas e acabando com a liberdade do próximo. Este é o limite da liberdade de expressão, a violência. Já muito bem dito pelo filósofo inglês Herbert Spencer: "A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro", a partir do momento que a ação afeta negativamente outra pessoa, não é mais liberdade, e sim violência. Liberdade não é libertinagem, o homem é responsável pelas suas ações e pelas consequências dela.  É evidente, portanto, que a liberdade de expressão é um direito que deve ser respeitado por todos, desde que se tenha consciência do que de fato é liberdade. Tal conscientização precisa partir de casa, com a família orientando seu filho para que ele saiba qual o seu limite, de forma que ele saiba que discurso de ódio é crime passível de prisão. Em seguida, mudanças nas escolas para familiarizar os seus alunos a discussões pacíficas, promovendo seminários e debates, desta forma, a sociedade alcançará a paz pouco a pouco.