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Enviada em: 19/10/2017

A caça à liberdade de expressão não é um invenção atual, um exemplo disso é o que ocorreu durante a ditadura militar brasileira que se sucedeu entre os anos de 1964 e 1985. E como em outros períodos históricos semelhantes, houve um movimento contrário ao golpe, onde a criatividade precisava ser utilizada no seu ápice para que as obras fossem aprovadas pelo Estado e interpretadas da forma certa pelo público alvo.   No presente ano de 2017, um acontecimento fez muitos se questionarem a respeito do real limite imposto à liberdade de expressão. Alguns cidadãos, autointitulados como defensores do politicamente correto, fecharam uma exposição de arte, promovida pela empresa Santander, através de protestos e boicote. A exposição retratava obras que continham crianças homossexuais e transgênero, além de assuntos do mesmo seguimento. Isso recai sobre o impasse entre o que é politicamente correto e um possível limite à liberdade de expressão.   Por outro lado, o humorista Danilo Gentili, foi condenado a indenizar a cantora Wanessa Camargo por fazer uma piada a seu respeito: "comeria ela e o bebê". Comparando essas duas perspectivas verifica-se a complexidade do tema. Sobretudo, o Estado também é responsável por assegurar a saúde mental dos seus cidadãos, e é nesse ponto que a liberdade de expressão deve ser tomada com mais tato.   Para amenizar esse impasse, deve-se começar pela infância. O Ministério da Educação em parceria com as diretorias de ensino, deve promover debates e projetos para buscar erradicar a intolerância e o preconceito das futuras gerações em seus estágios iniciais. Além disso, o Governo Federal junto com o Ministério da Comunicação deve criar um fórum de denúncias que ameacem tanto o direito à dignidade quanto à liberdade de expressão, visando a imparcialidade. O caminho para assegurar a liberdade de expressão é aquele que não fere o próximo.