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Enviada em: 27/10/2017

Eis a questão          “Opinar ou não opinar”, a paráfrase do dramaturgo inglês W. Shakespeare emerge em um cotidiano brasileiro que se encontra dividido ideologicamente, no qual se discute os limites entre a liberdade de expressão e o politicamente correto. Diante disso, o Estado tenta sancionar leis sobre o que pode ser dito nas redes sociais, enquanto parte dos estamentos sociais defendem a livre manifestação de opinião.                A priori, a Constituição brasileira garante a liberdade de se expressar, seja por meio das artes ou da literatura. Entretanto, algumas censuras atingem manifestações como as ações na justiça para proibir expressões de pensamento. Não obstante, a dicotomia no país demonstra a intolerância dos setores radicais, que pedem limites para se exteriorizar. Por conseguinte, qualquer atitude contra alguma iconoclastia é criticada e sofre tentativa de censura, como a peça em que uma atriz transexual atua como Jesus.                Nesse mesmo viés, os legisladores brasileiros tentaram imputar leis acerca do que pode ser dito dos deputados na internet, por meio da recente “reforma política”. Embora os próprios troquem ofensas no congresso, na visão deles, os estamentos sociais não podem criticar as atitudes parlamentares. Além disso, o chamado “politicamente correto”, que prega um uso racional das palavras, é criticado por humoristas, que em virtude das “piadas”, sofrem com processos judiciais dos que se sentiram ofendidos.                 Desse modo, o direito à liberdade de expressão deve ser defendido, assim como aqueles se ofenderem pela manifestação de opinião devem ser atendidos nas estancias judicias. Por isso, as mídias televisas podem, com o aporte do erário, enfatizar para a população, por meio de peças publicitárias, a necessidade de se expressar, bem como elucidar os direitos daqueles que se sentirem ofendidos. Dessa forma, o Estado não deve cercear a manifestação de opinião, mas sim, fazer valer a Constituição de 1988 e defende-la daqueles parlamentares que se incomodam com as críticas dos estamentos sociais. Ademais, a sociedade precisa cobrar do poder Estatal por reformas na educação de base para que o indivíduo possa melhorar sua habilidade crítica a manifestações de opiniões, e ela deve defender a todo o custo o direito de emitir pontos de vista. Por fim, o filósofo Aristóteles diz que a virtude é o ápice entre dois excessos, e quando será possível alcançar um equilíbrio entre os pontos de vista? Eis a questão.