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Enviada em: 23/03/2018

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las." Essa frase de Voltaire, deixa explícita a ideia de respeito à liberdade de expressão que, no Brasil, é um direito inviolável de todos. Nesse sentido, criou-se a concepção de ser "politicamente correto", ou seja, de renunciar certos interesses pessoais em prol do bem coletivo, porém, o mau uso dessa ideia acarretou no desrespeito a livre expressão do próximo. Desse modo, as causas dessa problemática são o preconceito e o desconhecimento do que seria ser "politicamente correto".       A priori, o preconceito às ideias, simplesmente por serem divergentes é, indubitavelmente, a base do retrocesso da humanidade. Isso pode ser explicado porque a troca de informações enriquece os indivíduos, pois favorece uma melhor compreensão acerca de diferentes contextos, possibilitando alcançar o bem comum. Desse modo, quando Einstein cita que é mais fácil desintegrar um átomo do que acabar com um preconceito enraizado, deixa implícita a ideia de impossibilidade de um dia findar a intolerância. No entanto, o impossível para ele pode ser combatido com uma educação eficiente, que ensine os efeitos da tolerância na sociedade.       Em outro plano, ser "politicamente correto" na teoria é bom, mas na prática surgem diversos problemas. Entre eles, criou-se uma ideia geral acerca do que seria bom para todos, desprezando qualquer outra percepção, ou seja, esse conceito passou a servir de mecanismo para reafirmação da intolerância. Isso intensifica-se ainda mais com advento da redes sociais, pois por meio delas os usuários possuem a possibilidade de mesclar apenas o que lhes interessam, o que permite a formação de grupos fechados que seguem apenas uma linha de raciocínio. Por conta disso, o direito à liberdade de expressão, conforme prevê a Constituição brasileira, é violado pela falta de compreensão de que o certo seria unir o útil ao agradável, ou seja, utilizar de diferente opiniões e percepções para garantir o bem da coletividade.       Torna-se evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para possibilitar que a liberdade de expressão esteja em harmonia com o agir "politicamente correto". Assim, o Ministério da Educação, precisa intensificar debates, palestras e campanhas que mostrem as causas e consequências da intolerância, bem como reforçar o ensino sobre ética e moral na disciplina de Filosofia, mostrando o que seria de fato a busca do bem para a sociedade. Para mais, o Governo Federal deve, por meio da mídia, intensificar propagandas que instruam sobre o direito à liberdade de expressão, mostrando o impacto da intolerância na sociedade brasileira, com o objetivo de criar um país mais empático.