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Enviada em: 25/03/2018

Direito de se opor        O termo politicamente correto surgiu na década de 60 nos Estados Unidos para se referir aos grupos minoritários, "black power" e feministas, que lutavam por direitos. A utilização da linguagem abrandou a luta destes pela liberdade de expressão.      Nos últimos 15 anos, o Brasil passou por uma reformulação social na qual classes desfavorecidas conquistaram maior atenção do poder público. Aumento na transferência de renda, cotas para o ensino, mobilização de grupos como LGBT e MTST.     Entretanto, neste processo emergiu a necessidade do cuidado ao se referir aos grupos. Assim, iniciou o enraizamento de uma censura silenciosamente perigosa. Que retoma ao período de trevas da ditadura no qual era decidido o que podia ou não ser dito; escapamos com a Constituição de 88, que em seu artigo 5º prevê a liberdade de expressão. Nesta, quem se sentir prejudicado tem o amparo legal ao qual recorrer.      Grupos que se definem vitimizados agem coercitivamente na sociedade. Cabe um paralelo com o Holocausto, os nazista sentiam-se vitimizados pelos judeus, impuseram um pensamento à sociedade, calando assim as vozes para a barbaridade que cometiam. Acreditavam-se superiores moralmente e agiam conforme.    Quando o direito de se opor é perdido, tem-se o surgimento da impunidade. Parafraseando Émile Durkheim, sem regras claras a sociedade tende a perder os limites, gerando uma luta interna no corpo social, um estado de anomia. O direito de argumentar não pode ser alienado, o balanceamento de opiniões é democrático. Ainda, todo indivíduo na sua condição única de ser humano nunca deve ser desrespeitado.    De modo que, o politicamente correto é uma linguagem simbólica, então devemos julgar atitudes de desrespeito e violência. Um termo correto hoje pode não o ser mais amanhã. Senão os nazistas estariam certos até hoje!