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Enviada em: 28/09/2018

Em 1890, o escritor Oscar Wilde publicou o romance “O retrato de Dorian Gray”, no qual criticou o estilo de vida baseado na luxúria e na busca pela aparência perfeita. Contudo, mesmo após dois séculos a tentativa de manter uma imagem jovem e bela, incentivada pela mídia, prevalece, convertendo-se em um padrão social. Devido a isso, inúmeras pessoas adotam diferentes métodos para alcançá-lo, de modo a colocarem em risco a própria saúde, o que muitas vezes resulta em problemas físicos e psicológicos.      Nesse contexto, a busca pelo corpo perfeito torna-se um meio de inserção a sociedade. Isso tem se intensificado devido ao poder da mídia em incentivar o consumo de produtos que ofereçam a chance de se encaixar no padrão estético. Em face disso, é crescente o número de adeptos ao uso de esteroides anabolizantes, pílulas de emagrecimento e dietas sem orientação profissional, o que pode trazer problemas a saúde. Assim, torna-se comum o desenvolvimento de compulsões psicológicas, como a depressão, e alimentares,  como anorexia e bulimia, podendo suceder, em casos mais graves, na morte do indivíduo.     Ademais, é importante ressaltar que segundo o ISAPS - Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética – o Brasil ocupa o 2º lugar mundial no ranking dos países que mais realizam cirurgias plásticas. Esses dados demonstram que a obsessão ocasionada pelo culto à aparência leva as pessoas a procurarem por medidas extremas, como as cirurgias. Todavia, em muitos casos, a realização de procedimentos estéticos por pessoas pouco qualificadas pode ter consequências graves, como no caso da bancária Lilian Calixto, que morreu após uma cirurgia operada por Denis Cesar Barros Furtado, o “doutor bumbum”.    Portanto, é necessário que seja estabelecido um limite entre estética e saúde. Para isso é primordial que o Ministério da Saúde torne as consultas com médicos, nutricionistas e psicólogos algo acessível, disponibilizando esses serviços em escolas e nos postos de saúde locais, a fim de que a busca por um estilo de vida mais qualitativo seja feita de forma controlada e orientada por profissionais da saúde, evitando que haja excessos e utilização irresponsável de produtos. Além disso, é essencial que o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde criem projetos que visem debater nas escolas e centros de saúde a relação de aceitação do corpo, produzindo propagandas e documentários e promovendo discussões, no intuito de reduzirem o preconceito com pessoas que não pertencem ao padrão estético imposto e evitarem que essas adotem medidas extremas para se encaixarem na sociedade.