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Enviada em: 01/10/2018

"Mente sã, corpo são". A frase é de Juvenal - poeta romano do século I d.C - afirmando que o resultado do bem-estar psicológico é a homeostase. Entretanto, apesar de o pensamento ser dado há séculos atrás, essa é uma preocupação recorrente na atualidade, principalmente no que diz respeito à demarcação entre a busca pela padronização corporal e a própria saúde. Pois, em uma sociedade de consumo que "vende" modelos inatingíveis de perfeição, a falta de limites pode gerar danos aos indivíduos nela inseridos.   A princípio, é possível perceber que tal circunstância deve-se aos valores capitalistas presente na sociedade contemporânea. Na era em que o lucro é o alvo de qualquer empreendimento, na indústria de beleza não poderia ser diferente, e, para o aumento das vendas, a mídia se torna um cofator do processo publicitário  através da construção de estereótipos, tendências, modas e imagens consideradas ideais, o que torna os consumidores completamente obcecados pelos moldes estabelecidos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o mercado de beleza cresce em média 9,8% no país atualmente. Entretanto a ausência de extremidade entre a estética e a saúde resulta em situações prejudiciais aos indivíduos.   Dentre outros efeitos, surgem os físicos e psicológicos. Sabe-se, que, aqueles que estão "padronizados", na maioria das vezes já passaram por cirurgias e tratamentos, processos que podem resultar em danos reais e até fatais. Por outro lado, indivíduos que estão fora dos padrões são vítimas de preconceito, isolamento e estigmas negativos, somando tudo isso à busca inatingível pela imagem perfeita, é inevitável a presença de frustações, alterações na autoestima, e distúrbios alimentares. A exemplo disso, a famosa funkeira "Valesca Popozuda" comenta sobre depressão pós cirurgia de emagrecimento. Logo, percebe-se que a estética deve ser rigorosamente controlada, e o balizamento se torna essencial para evitar problemas de saúde.   Portanto, nota-se a gravidade das consequências causadas pela falta de limites, e a necessidade de transformação. Para tal, as ONGs podem pressionar a mídia a mudar os padrões, diversificando imagens e tamanhos considerados ideais, de modo que todos se sintam dentro dos padrões da sociedade. Além disso, a escola, em conjunto com as famílias precisam quebrar estereótipos e reformular valores, através de debates e até desfiles dentro dos próprios centros educacionais, possibilitando que todos possam participar, para que, com isso, possam se aceitar do jeito que são, sem a necessidade de nenhuma frustação. Dessa forma, aos poucos a mente vai se curando e, portanto, o corpo ficará são, assim como Juvenal afirmou.