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Enviada em: 01/11/2018

Para o sociólogo Émile Durkheim, "O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela". Nesse contexto, é possível inserir a realidade brasileira sobre a influência das mídias sociais na saúde da população, haja vista que a mídia expõe apenas um padrão de beleza, levando várias pessoas a querer segui-lo, negligenciando, muitas vezes, sua própria saúde. Dessa forma, é necessária uma discussão sobre os fatos relacionados a essa causa, sobretudo no que tange aos padrões sociais, com o fito de solucioná-la.         Cabe destacar, de início, o conceito de violência simbólica, de Pierre Bourdieu. Segundo o sociólogo, essa violência não é física, mas aparece como o reconhecimento a uma imposição determinada, seja cultural, social ou econômica. Nessa conjuntura, se encaixa a determinação de padrões de beleza pela sociedade, que induzem os indivíduos a tê-los como certos e querer alcançá-los. Desse modo, com o advento da internet, a exposição dessa "beleza" se tornou muito mais intensa, uma vez que as pessoas têm, a todo instante, contato com essa mídia. Ademais, as empresas relacionadas à área, como é o caso dos produtos estéticos e de suplementação nutricional, encontram na internet um meio barato e rápido de divulgação destes, visando a maiores lucros ao divulgarem juntamente tal padrão, haja vista a alta faturação desse comércio.         Além disso, para Durkheim, a imposição desses paradigmas sociais influencia a formação do indivíduo, que buscam cada vez mais alternativas para chegar ao seu objetivo. Por conseguinte, segundo Bourdieu, a violência simbólica, embora não seja uma agressão física, causa danos morais e psicológicos, ou seja, as pessoas ao não conseguirem atingir esse "modelo de dominação" imposto, se tornam propensas a adquirir doenças psicológicas, como a depressão, visto que seus corpos diferem do padrão aceito pela sociedade. Ademais, tal violência gera o preconceito e o bullying entre jovens, que contribuem para o agravamento de tal problemática. Dessarte, são necessárias medidas governamentais que visem à redução desse problema.         Diante de tais argumentos, portanto, torna-se imprescindível que o Estado, junto ao Ministério da Saúde e da Cultura, promova campanhas e eventos relacionados a essa causa. Isso pode ser feito por meio da disponibilização de profissionais como psicólogos, médicos e nutricionistas, que organizem debates em escolas, universidades e na Internet, além da oferta de atendimento e acompanhamento individual ou em grupo, a fim de que possam garantir a saúde mental e física dos cidadãos e estimulem a conscientização da sociedade sobre o preconceito e e aceitação do seu próprio corpo.