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Enviada em: 28/11/2018

A busca insaciável pela perfeição estética é resultado de um longo processo histórico baseado na convenção de padrões visuais socialmente aceitos, como na sociedade espartana, na qual aqueles que eram anômalos aos requisitos físicos impostos eram imediatamente marginalizados e mortos. Dessa forma, para que ocorra uma intervenção buscando valorizar a saúde mental fronte ao alcance dos padrões sociais, é necessário investigar e discutir o que perpetua e quais são os agentes agravantes desse imbróglio.  Em primeira instância, é vital apontar o papel da mídia, que é um agente alienador dos conceitos de beleza e bem-estar, visto que expõe em seus programas e comerciais, seres humanos com físicos esculturais, fugindo completamente da realidade dos seus telespectadores e ocasionando um sentimento de frustração nestes, que recorrem para métodos que violam o limiar entre beleza e saúde. Nesse cenário, a mídia funciona como O Grande Irmão na obra 1984 de George Orwell, manipulando os desejos e aspirações da população, para que seja criada uma sociedade padronizada, que prioriza as aparências em relação à saúde física e mental.  Outrossim, a problemática não encontra-se apenas na busca pelo corpo perfeito e sim pela urgência em atingir esse patamar, fazendo com que as pessoas apelem para dietas e exercícios sem acompanhamento profissional, que desgastam o corpo e criam uma falsa sensação de bem-estar, como mostram os dados do jornal Folha de São Paulo, expondo que 60% das dietas não têm acompanhamento médico. A situação supracitada é influenciada pelos padrões da sociedade capitalista pós-globalizada, que dissemina uma euforia em obter resultados rápidos, a qualquer custo.  Diante desse panorama, é imprescindível que a Organização Mundial de Saúde, ligado ao Ministério da Saúde de cada país, promovam campanhas por meio de vídeos e postagens nas redes sociais e intervalos televisivos, que enalteçam temas como autoestima, valorização do corpo e a libertação dos padrões estéticos, para que a população desenvolva o hábito de valorizar o corpo em sua forma natural e reconheça a necessidade de viver a vida fora dos limiares impostos. Ademais, o Ministério da Educação deve adicionar às aulas de biologia nos ensinos fundamental e médio, discussões que promovam a importância da atividade física e de uma dieta balanceada, mas sempre acompanhada por profissionais que visem a saúde do corpo e da mente, a fim de que, desde cedo, o jovem cuide do seu corpo, mas pelas razões certas e não para atingir padrões, como em Esparta.