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Enviada em: 24/02/2019

Segundo o sociólogo alemão Karl Marx, as transformações ao longo da história ocorriam quando as contradições inerentes ao bom funcionamento da vida em sociedade se tornavam insustentáveis. Nesse contexto, hodiernamente, a contraposição entre estética e saúde revela-se como a contradição mais perversa de uma sociedade em desenvolvimento, tendo em vista os riscos ocasionais provocáveis na extrapolação de seus limites. Dessa maneira, convém analisar as vertentes que englobam essa inadmissível realidade.           Em primeiro plano, é indubitável que o estabelecimento de padrões estéticos culturais instiga a mudança por parte dos indivíduos mais preocupados com sua aparência ante as relações sociais. De fato, a importância excessiva que muitos indivíduos estabelecem em relação a sua imagem, a exemplo, corporal, perante o tecido social, converge para práticas demasiadas no tocante aos cuidados com o aporte imagético, o que remete tanto a processos que melhoram a saúde, como atividades físicas, bem como intervenções cirúrgicas plásticas que são invasivas e, muitas vezes, perigosas a integridade do indivíduo.         Outrossim, ao descortinar o século XXI, observa-se que o avanço das atividades econômicas pertencentes ao mercado da estética mostra-se campo fértil para o estimulo de ideais de vaidade a uma grande massa populacional. Nesse aspecto, o aumento significativo de academias de ginástica, clínicas estéticas e produtos de emagrecimento que interferem no metabolismo do indivíduo, atestam para além de gastos relevantes uma notável exposição da sociedade à riscos de saúde. Contudo, é inadmissível que a preocupação com a estética se exceda de modo a prejudicar a integridade dos indivíduos.            Para que se reverta esse cenário problemático, portanto, fica a cargo do Ministério da Educação, por meio de debates e diálogos no Ensino Médio, ministrados por profissionais da saúde, evidenciar os problemas causados pela transposição da estética sobre a saúde, com o objetivo de estimular o pensamento crítico dos jovens a respeito do tema e para que os mesmos levem tal discussão para o ambiente familiar. É imprescindível, ainda, a atuação dos meios de comunicação na divulgação de propagandas em horário nobre acerca da pluralidade da estética brasileira, a fim de quebrar padrões culturais. Assim, poder-se-á transformar uma sociedade desenvolvida socialmente, longe de contradições perversas que envolvam o excesso de ideais supérfluos em detrimento do bem estar corporal.