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Enviada em: 10/04/2019

Inspirado na antiguidade clássica, durante o parnasianismo houve a busca pela estética perfeita, tanto na arte como na poesia. Paradoxalmente àquela escola literária surgiu o modernismo, esse desconstruiu o padrão instituído. Nesse sentido, assim como ocorreu no movimento literário do século XIX, há uma massificação de um padrão de beleza, de modo que prejudica a saúde dos indivíduos que não se ajustam a essa realidade.       Em primeira análise, observa-se a homogeneidade construída pela indústria cultural. Segundo os filósofos Adorno e Horkheimer, existe uma ilusão contemporânea, a qual seria a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. Isso ocorre nas propagandas e nas redes sociais, em que a falsa perfeição vendida e massificada esconde as edições de "photoshop", bem como as privações e os riscos relativos à saúde enfrentados por modelos e por influenciadores digitais.    Diante disso, nota-se o agravo das vulnerabilidades individuais. A submissão aos padrões impostos — na maioria, ocidentais — leva a aplicações de químicas e de cirurgias de alta periculosidade. Dessa maneira, a qualidade de vida é marginalizada em detrimento da busca pelo modelo de perfeição estabelecido e pela aceitação social. Assim exemplifica o filme "Felicidade por um fio",  no qual a protagonista afrodescendente se submete a procedimentos dolorosos e arriscados para ter o cabelo considerado ideal — liso, como o dos ocidentais — e a aprovação social.       Fica claro, portanto, que a imposição de uma realidade é prejudicial para a construção da sociedade plural, tal como ela é — em especial, o Brasil. Sendo assim, é importante adotar a máxima do filósofo Kant, em que o belo é o que dá prazer ao indivíduo. Com isso, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com as redes de televisão, impulsionar o respeito ao corpo e o incentivo à diversidade, por meio de propagandas e de novelas, a fim de instigar o debate e a mudança do paradigma contemporâneo. Com essas medidas, haverá a desconstrução da padronização estética, do mesmo modo que o modernismo fez com o parnasianismo.