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Enviada em: 23/06/2019

Desde a época da Grécia Antiga, era propagado o culto ao corpo perfeito. Nesse sentido, corpos fortes e musculosos eram exaltados. Dessa forma, esse aspecto da sociedade grega foi herdado pelo mundo contemporâneo, no qual a valorização da estética e da indústria da beleza prevalece sobre a saúde. Nessa conjuntura, para Saint Simon, sociólogo positivista, o industrialismo é a única forma de satisfação das necessidades humanas. Dessa maneira, é intensa a busca pela indústria da estética como forma de satisfação pessoal. Contudo, a falta de limites na busca pela aparência perfeita não só gera graves distúrbios mentais, mas também resulta em impasses na saúde física.       Nesse sentido, de acordo com a pesquisa "Há uma beleza nada convencional", realizada pela empresa Dove, 71% das mulheres acreditam que precisam ser perfeitas. Assim, fica evidente que a insatisfação com o corpo produz impactos na saúde mental. Desse modo, podem ocorrer distúrbios, a exemplo dos transtornos dismórficos corporais (TDC), nos quais o indivíduo se enxerga de forma diferente da realidade e acaba por acreditar que necessita de dietas ou cirurgias plásticas para se tornar perfeito. Ou seja, a falta de limite com a estética é uma grave ameaça à saúde mental.       Além disso, à medida que esse limite é rompido, a saúde acaba por ser negligenciada. Nesse contexto, o poema do escritor Tiago Casanova relata: "Não arrisques por fotos e capas o teu corpo em doentias obsessões". Nesse cenário, dietas ou cirurgias, por exemplo podem resultar em doenças, como anorexia, ou até mesmo em morte. Exemplo disso é o Brasil, país no qual pelo menos uma pessoa morre por mês em cirurgias plásticas, segundo levantamento do portal R7. Ademais, é lamentável constatar que a realidade contemporânea contrasta com o ideal do poema de Casanova.       Portanto, diante dos impactos físicos e mentais gerados pela falta de limites entre estética e saúde, é preciso mitigar essa realidade. Para isso, é importante que as escolas insiram em seus currículos disciplinas que abordem a diversidade social. Dessa forma, os professores realizariam, mensalmente, atividades e dinâmicas lúdicas de modo a tratar sobre as diferenças e desmistificar o padrão estético atual para que, desde a infância, haja o ensino sobre o verdadeiro significado da satisfação pessoal. Por fim, é preciso que a mídia faça um alerta acerca dos perigos da falta de limite com a estética. Nesse caso, programas sobre saúde, em horário nobre, seriam responsáveis por convidar profissionais, como nutricionistas e médicos, para fornecerem informações que detalhassem os perigos de determinadas medidas e mostrarem a população como ter uma vida saudável e com satisfação. Dessa maneira, é possível garantir a felicidade sem exagerar no culto ao corpo herdado dos gregos.