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Enviada em: 05/04/2017

Ao analisar a sociedade contemporânea observa-se a crescente preocupação com a estética. E não precisa ser uma análise profunda para tal constatação. Nos bairros, na vizinhança é perceptível o aumento do número de salões de beleza, de academias, dos novos hábitos aparentemente saudáveis dos vizinhos com as rotineiras caminhadas e idas aos centros de musculação. A compulsão em busca do corpo perfeito tornou-se uma febre no mundo atual e  motivo principal para uma geração frustrada, com baixa autoestima, no qual pessoas arriscam suas vidas, até mesmo com cirurgias, em busca de um corpo dito padrão.     O estigma de corpo perfeito é imposto todos os dias. Nas bancas de revistas, novelas, comerciais homens e mulheres com corpos torneados exibem a "perfeição" e ditam como manter a forma, muitas vezes, com uso de produtos caros e com um estilo de vida acessível para poucos. Segundo Joseph Goebbels: "Uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade". Diante disto, pessoas acreditam piamente que só serão felizes e aceitas se atingirem tal padrão. Chega a ser cruel e desumano em um país com mais de 200 milhões de brasileiros, no qual cada um apresenta cerca de 27 mil genes responsáveis pelas nossas características, eleger apenas um como ideal. É contra nossa natureza.      Não o bastante, a grande parcela da população que não consegue atingir o corpo dito perfeito, seja por biotipo ou por condições financeiras, arriscam suas vidas com dietas malucas e remédios que trazem inúmeros prejuízos para a saúde. Alguns chegam a apresentar quadros de bulimia e anorexia que são doenças relacionadas a insatisfação e aceitação do corpo como ele é. Ademais, há uma indústria clandestina de cirurgia estética de baixíssima infraestrutura em que pessoas ficam expostas a um alto risco de vida apenas para seguirem um padrão.      Torna-se evidente, portanto, que haja uma reflexão sobre essa representação corporal que nos é imposta todos os dias. A mídia, como principal veículo formador de opinião,  deve promover campanhas profundas sobre o tema mostrando que a singularidade da beleza está no seu aspecto plural e desmitificar a ideia de que há um padrão de beleza a ser seguido. A escola, como um dos pilares da formação do indivíduo, deve realizar discussões e introduzir nos alunos uma visão crítica  sobre os estigmas corporais. Por sua vez, o indivíduo deve se libertar dessa visão limitada de beleza e sendo mais flexível consigo mesmo para que, deste modo, não arrisque sua vida por algo tão banal e supérfluo. Quem sabe assim, a sociedade entenda que a beleza está em ser diferente em seus múltiplos aspectos.