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Enviada em: 09/09/2017

Ao escrever o poema "Os sapos", Manuel Bandeira fez uma crítica a postura parnasiana básica de construção poética - o culto à forma-, por proferir o conteúdo artístico em prol da estética. Em verdade, esse comportamento perpetuou-se no Brasil hodierno na busca incessante pelo corpo perfeito, enquanto a formação dos princípios e valores assumem posições sociais irrelevantes. Por infelicidade, a formação educacional dos brasileiros exerce aguda influência nessa realidade, que causa danos físicos e psicológicos em grande parte da população.        Diante do exposto, infere-se que a estereotipagem ocorre, sobretudo, devido a uma falha na educação transmitida às crianças. A valer, esses indivíduos são precocemente exposto a uma padrão de beleza, que é transmitido através dos bonecos infantis, em especial, a Barbie e o Ken, que possuem o corpo taxado como ideal pela sociedade. Outra questão é a imposição maior para com o público feminino, que desde de pequenas, a sociedade "exige'' que tenham os cabelos e a roupa da moda, e sejam magras. A exemplo, tem-se o poema de Vinicius de Morais "Receita de mulher", em que ele deixa claro que a mulher deve ser bonita.       Por conseguinte, se torna passível de discussão também os prejuízos físicos e psicológicos que essa rotulação social pode causar. Para tentar seguir o padrão as pessoas se submetem a cirurgias e tratamentos estéticos, que em alguns casos, têm complicações e podem levar o indivíduo à morte. A situação se agrava ainda mais quando as vítimas da padronização percebem que não conseguem alcançar o modelo idealizado, e ficam frustradas, o que pode agravar para uma depressão.        Compelem, portanto, ações mútuas entre a instituição escola, a família e o Governo, a fim de amenizar os fatos supracitados. Para tal, a escola e a família devem atuar em parceria, trabalhando com as crianças, na desmistificação de que todos devem ser iguais, por meio de palestras que  abordem a estética em prol dos princípios e valores, e não ao contrário, para que, assim, as crianças cresçam e possam ser como e o que elas quiserem ser. Por fim, o Governo pode atuar realizando campanhas nas mídias sociais, empenhando-se na propagação da ideia de aceitação pessoal e na valorização da diversidade, a fito de amenizar os danos causados pela estereotipagem.