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Enviada em: 22/08/2017

Para o filósofo Aristóteles, é necessário ser equilibrado em relação aos costumes do cotidiano, pois o excesso ou falta de suas práticas podem impulsionar problemas. Esse crítico pensamento permite reflexões acerca do conceito de belo difundido pelos meios de comunicação e que provoca contínuas buscas por sua obtenção: corpo esbelto, seja musculoso ou magro. Nesse sentido, instala-se o impasse dos limites entre estética e saúde, que é resultado direto de ensinamentos midiáticos e, como efeito, pode proporcionar contextos danosos às vítimas desse cenário.     De início, nota-se que, assim como o escritor George Orwell alega, a mídia pode ser considerada controladora de massas. Com isso, as propagandas televisivas podem ter grande influência sobre a população, o que facilita a propagação de estrutura corporais como as dos famosos Giselle Bundchen e Caio Castro, ou seja, mulher magra e homem sarado, de modo a serem absorvidas como exemplos a serem seguidos pela sociedade. Entretanto, ainda que as propagandas exaltadoras desses arquétipos sejam frequentes, é necessário destacar a necessidade de tal controle midiático não ser tão presente na vida dos brasileiros, porquanto essa questão pode influenciar diversos indivíduos e, por isso, acarretar situações fomentadoras de malefícios.     Dessa forma, ainda convém compreender as consequências de tal conjuntura. De acordo com o pensador Platão, um ponto pessoal realmente importante é viver com qualidade de bem-estar. Contudo, a problemática em questão tende a instigar desesperadoras buscas por produtos que ajudam a engordar ou emagrecer. Resultados disso são, infelizmente, torturas psicológicas alusivas ao viver bem do indivíduo, uma vez que a procura por obter determinadas condições corporais é, em inúmeros casos, quase incessante. Nesse sentido, transtornos alimentares, como bulimia e anorexia, tornam-se mais comuns entre brasileiros. Assim sendo, a desconstrução de tais esteriótipos é ação a ser enfrentada.     Esse panorama demanda, portanto, implementações de medidas para sua resolução. Logo, o Ministério da Saúde poderia abrir parceria com a mídia para que as propagandas com temática da beleza passem a valorizar a diversidade do Brasil, seja por publicidades que englobem todos os tipos corporais, seja por debates sobre esse assunto em programas de entretenimento. Além disso, em seu sistema público, o Ministério da Saúde também poderia criar um programa que ofereça consultas com psicólogos de, no mínimo, três meses aos indivíduos doentes em virtude desse problema. Por fim, cabe a organizações não governamentais de cada região, em escolas de ensino fundamental e médio, palestrar anualmente sobre as causas e prevenções de doenças como anorexia, que tende a ser provocada pela publicidade de propagandas. Destarte, a procura pelo belo não mais será tão prejudicial.