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Enviada em: 12/08/2017

Com a eclosão da Revolução Industrial e o avanço do capitalismo, a necessidade de se produzir cada vez mais e melhor foi se disseminando e, atrelado a isso, a venda não apenas de produtos, mas também de ideias, se intensificou. O culto à beleza e à forma física do corpo são difundidos constantemente pela mídia, causando o desespero de muitas pessoas na tentativa de conquistar o “padrão ideal”.        Nesse cenário, observa-se que o culto à forma perfeita se mostra presente desde o Renascimento e tem se intensificado cada vez mais. A busca incessante pela beleza exterior, acaba provocando a opressão dos indivíduos, que se tornam escravos da estética, da moda e da aparência. Tal fato evidencia-se claramente no aumento do número de pessoas que se submetem à arriscadas cirurgias plásticas, que buscam por inúmeros cosméticos, que frequentam horas de academia e fazem uso frequente de anabolizantes.        Assim, o filósofo Nietzsche ao questionar sobre o que seria “o belo e o feio”, ressalta que ambos conceitos derivam de construções sociais. Portanto, temos a mídia como difusora de conceitos pré-estabelecidos, que provocam a manipulação das pessoas, ao buscarem por algo, muitas vezes, inatingível. Consequentemente, essa alienação acarreta em diversos problemas, tanto sociais quanto individuais, sendo doenças como: depressão, bulimia e anorexia, derivadas dessa rejeição desenvolvida pelo sujeito social contra si mesmo ao ver que o espelho não reflete o que gostaria de ver.        Ainda convém lembrar que há uma inversão de valores, onde a aparência está sobressaindo sobre a essência. Ademais, o fato viver-se hoje na chamada Modernidade Líquida, proposta por Bauman, leva-nos a perceber que as relações frágeis, derivadas dela, contribuem demasiadamente para que tudo se transforme em mercadoria, até mesmo, o próprio indivíduo e seu corpo.        Sendo assim, o Ministério da Saúde pode impedir a propagação da existência de uma “beleza ideal” pela mídia, por meio da vigilância e fiscalização. Outrossim, as escolas devem auxiliar no desenvolvimento da mentalidade crítica dos alunos, para que eles não se tornem sujeitos alienados, através de palestras e projetos pedagógicos. Por último, as famílias devem incentivar seus filhos a se valorizarem como são, mostrando que o que realmente importa é o interior de cada um, sendo a beleza, efêmera. Isso pode ser feito através do diálogo e, principalmente, do exemplo.