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Enviada em: 05/10/2017

Na Grécia Antiga, preconizava-se o equilíbrio entre cuidados físicos e intelectuais: a ideia de corpo são, mente são. Porém, hodiernamente no Brasil o culto ao corpo ideal e a padrões de beleza inatingíveis vem trazendo sérios danos físicos e psicológicos tanto aos indivíduos inseridos nessa busca, quanto aos demais. Situação essa que demandas medidas efetivas para sua subversão.        Na mitologia grega, o personagem Narciso, ao olhar seu reflexo em um lago, se apaixona, fica obcecado pela própria imagem e definha até à morte. Sob essa ótica, percebe-se que alguns indivíduos trilham caminho semelhante na sociedade atual. Baseando-se em figuras fictícias ou na aparência de celebridades da mídia, que passam por diversas alterações para transmitir o ideal de perfeição, cada vez mais pessoas se submetem a cirurgias arriscadas, dietas perigosas e procedimentos ilegais na busca da aparência ideal, a exemplo do Ken humano, que visava se igualar a um boneco por meio de cirugias. Dessa forma, arriscam-se vidas em prol do padrão que é vendido na sociedade de consumo.        Outrossim, cabe salientar também que a frustração diante do inatingível causa sérios danos psicológicos a várias pessoas. Primeiramente, aos engajados na busca desenfreada pela beleza surgem transtornos alimentares como a bulimia e a anorexia, uma vez que se tenta incessantemente acompanhar o modelo em voga no mercado estético. Em contrapartida, outra parcela da sociedade, que não se encaixa nos moldes adotados pelos demais, também sofre com o problema, sendo estigmatizadas e isoladas do âmbito social por conta de preconceitos, como ocorre com pessoas acima do peso, que se vestem de uma forma diferente ou que possuem alguma característica física peculiar. Sendo assim, ambas situações são maléficas para o país aumentando índices de depressão, má qualidade de vida e baixa autoestima entre a população, o que pode levar até mesmo a casos de suicídio.         Infere-se, portanto, que ações conjuntas do governo e da sociedade são necessárias para a resolução desse impasse. Para isso, faz-se mister que ONGs estimulem a discussão sobre saúde e beleza pela internet e na televisão por meio de parcerias com blogueiras e atriz famosas e influentes com o fito de que estas mostrem que é necessário buscar o equilíbrio priorizado pelos gregos, e que as imperfeições são inerentes aos seres humanos. Ademais, o Ministério da Educação e o da Saúde, em conjunto, devem promover nas escolas debates sobre o tema, ministrados por nutricionistas e psicólogos, visando formar futuros cidadãos críticos perante as imposições sociais, cientes da identidade e imagem corporal próprias e com respeito a dos demais. Mediante tais ações o país poderá caminhar lentamente rumo à amenização dessa problemática.