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Enviada em: 16/10/2017

Em uma sociedade livre, é direito de todos a autonomia diante do próprio corpo e, destarte, qualquer pessoa pode tentar conquistar o corpo que essa julga, realmente, desejar. No entanto, muitos indivíduos ultrapassam o limite entre estética e saúde, ou seja, arriscam a própria vida recorrendo a dietas sem fundamento e que podem trazer consequências. Logo, deve-se analisar fatores que contribuem para que esses limites sejam ultrapassados.       A princípio, é fundamental citar que tornou-se banal que pessoas em busca do corpo por elas almejado naveguem na internet procurando por regimes que, na maioria das vezes, prometem emagrecimento rápido e fácil. Porém, essas dietas não consideram as individualidades da pessoa em questão e podem ter consequências, como alterações hormonais, carência nutricional ou doenças provocadas pela falta de vitaminas. Além disso, o índice de falha desses procedimentos é alto e, diante de frustrações, muitos agem como a personagem Hanna, da série "Pretty Little Liars", ou seja, desenvolvendo distúrbios, como bulimia, anorexia ou vigorexia.      Em contrapartida, essa questão está longe de ser resolvida. Isso, porque tanto o ofício do nutrólogo, como do nutricionista, ainda estão pouco sedimentados no tecido social e, principalmente em pequenas cidades, são poucas as pessoas que procuram por acompanhamento nutricional antes de fazer regimes, pois, por vezes, esse custa caro. Ademais, por mais que o Brasil seja um Estado democrático de Direito, há uma ditadura estética veiculada, em especial, pela mídia que distancia o corpo social da sua liberdade e impõem padrões às massas. Esses, entretanto, não devem ter espaço na sociedade, pois, como estudado por Hegel, mudam de acordo com o momento histórico e, assim como a Industria Cultural de Adorno, são influenciados pelo capitalismo que tem, como único objetivo, lucrar.        Desse modo, medidas são necessárias para superar esses imbróglios. Para tal, o Governo Federal também deve usar da mídia para expor os riscos de seguir padrões, ao veicular anúncios que mostrem tanto dicas de aceitação, como as consequências e perigos de seguir dietas e procedimentos sem sentido. Além do mais,é necessário que o Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, promova a importância de acompanhamento nutricional para chegar ao corpo desejado com bem-estar e saúde e, ainda, dê oportunidade para toda a população usufruir de tais profissionais, ao promover campanhas em que sejam dados atendimentos gratuitos e "workshops" sobre saúde, estética e nutrição, pois, com dito por Platão: "O importante não é viver, mas viver bem."