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Enviada em: 29/10/2017

Na Grécia Antiga, vigorava o ideal de “corpo são, mente sã”, representando a valorização do equilíbrio entre a parte física e o intelecto. Hodiernamente, porém, observa-se o culto excessiva a padrões estéticos sobrepondo-os até mesmo à saúde individual. Sendo assim, não é razoável que ideais tão mutáveis sejam tomados como parâmetros para a vidados indivíduos e nem que a mídia permaneça distorcendo a realidade em prol de tais objetivos, sob risco de graves danos sociais.        A princípio, convém destacar que a busca demasiada por algo tão instável, como o conceito de belo, impõe sérios riscos à sociedade. A definição de beleza varia com o tempo e com a cultura, prova disso são as chamadas “Mulheres-Girafas” da Tailândia, que, quanto mais argolas nos pescoços, mais belas são para aquele povo. Enquanto isso, na sociedade ocidental, observa-se a existência de uma obsolescência, quanto à temporalidade, de modismos estéticos, promovida pela lógica mercadológica capitalista. Por conseguinte, a tentativa constante de adequação e adesão a esses efêmeros modelos leva à frustração pessoal e consequentemente a distúrbios como a bulimia, anorexia e depressão. Diante disso, tal problema se torna um grande caso de saúde pública a ser combatido.        Outrossim, corrobora a problemática o papel exercido pela mídia contemporânea que difunde massivamente tais modismos. A esse respeito, o pensador Guy Debord estabelece o conceito de “Sociedade de Espetáculos”, na qual verifica-se uma tirania alienante de imagens que passam a ter mais valor do que a realidade. Nesse sentido, os meios de comunicação possuem grande influência na ditadura de ideais de beleza e perfeição. Como exemplo, é notório que pessoas internalizam rapidamente modelos de roupas, cortes de cabelo, marcas, e, até mesmo, hábitos alimentares que são apresentados em novelas e séries. Dessa forma, quando mal administrada, tal potencialidade pode trazer prejuízos a um grande público, que associa a perfeição ficcional à vida real.        É necessário, pois, a atuação conjunta do Estado, da sociedade e da própria mídia para a mitigação de tal problemática. Para isso, o Ministério das Comunicações, em parceria com o Ministério da Saúde, deve incentivar os grandes canais abertos de televisão para a produção e veiculação de novelas e séries que ressaltem a diversidade de belezas humanas presentes no país, com o fito de desconstruir ideias padronizadas e possibilitar a identificação dos indivíduos com as personagens. Enquanto à mídia cabe aderir a tais propostas, utilizando seu alcance para um fim social. Ademais, para que haja consciência da sociedade sobre esses problemas, ONGs devem promover debates nas redes sociais para que os indivíduos desenvolvam senso crítico quanto à imposição de padrões. Assim, poderá haverá mais do equilíbrio que os gregos preconizavam.