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Enviada em: 02/11/2017

Produto do capitalismo.     Segundo Zygmunt Bauman, vivemos em uma sociedade líquida. Seguindo esse ponto de vista, denota-se que não só as relações humanas se tornaram superficiais e fluídas, como também o indivíduo. Assim sendo, a busca constante por renovação e aceitação social define o indivíduo contemporâneo, alvo de jogadas de marketing e convenções sociais. No entanto, quando o mesmo se depara com padrões a serem seguidos, como os estéticos, busca incessantemente quaisquer ''receitas infalíveis'' que prometem emagrecer 7 quilos em uma semana, por exemplo. Nesse sentido, evidencia-se um complexo dilema: qual é o limite entre a estética e saúde?       Nessa acepção, é notório que propagandas midiáticos exploram a carência dos indivíduos por meio da criação de padrões de beleza a serem seguidos: corpo magro e definido, além dos cabelos claros e lisos. À vista disso, depois do fim da Guerra Fria e consolidação do sistema capitalista, surgem empresas cosméticas que se comprometem a realizar uma verdadeira transformação, que consiste na  retirada da individualidade do ser para a adequação a um padrão aceito socialmente. Como efeito, jovens e adultos são levados a recorrer às cirurgias plásticas e medidas que afetam sua saúde.        Contudo, o problema está longe de ser solucionado. Haja vista a existência de uma rede que lucra em cima da busca pelos padrões de beleza, há um notório aumento da depressão entre os indivíduos dessa faixa etária, uma vez que se sentem insuficientes consigo mesmos. De acordo com a OMS, aproximadamente 6% dos brasileiros têm depressão. Logo, é preciso que se combata o estímulo a constante inaceitabilidade de si. Entretanto, enquanto isso não ocorre, cada vez mais e mais cedo se procura cirurgia para implante de silicone e dietas pouco nutritivas, podendo desencadear quadros de bulimia e anorexia.       Portanto, medidas devem ser tomadas para resolver o problema. Com esse fim, cabe ao Poder Legislativo formular leis que proíbam o abuso realizado por empresas e campanhas publicitárias que, por sua vez, instigam as pessoas a se sentirem insuficientes e, como consequência, consumir produtos ou serviços estéticos. Ademais, cabe às famílias ensinarem o que é amor próprio às crianças, por meio de elogios e reconhecimento das suas qualidades, além da aceitação das características do corpo as quais não se encaixam no padrão de beleza. Como resultado, os jovens estariam menos propensos a sofrerem por autoestima e a desenvolverem quadros de depressão, bulimia ou anorexia. Posto isso, após tais medidas serem tomadas, Bauman concordaria que os sujeitos teriam uma visão de si mais sólida.