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Enviada em: 07/04/2018

Para Aristóteles, todos agem em busca da eudaimonia, que significa atingir a felicidade plena. Entretanto, em uma sociedade que promove padrões cada vez mais inatingíveis e lucra com a insegurança de terceiros, a satisfação fica mais distante e inalcançável. Cabe à reflexão: até onde o indivíduo estaria disposto a ir, e que limites estaria (des)preparado para ultrapassar, objetivando o corpo perfeito?       Primordialmente, o desejo e manipulação hodiernos fazem do Brasil o segundo país com mais intervenções cirúrgicas do mundo, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica. Grande influência para tal comportamento é a presença da mídia, como afirma Adorno, ao dizer que a publicidade transforma-se em estilo de vida. A construção da ideia de um biotipo ideal utópico fomenta a vulnerabilidade daqueles fora da curva, que acabam optando por operações cada vez mais invasivas e fatais.       Assim, entende-se porque uma pessoa morre por mês no Brasil devido às cirurgias, segundo o Portal R7. A insatisfação com o próprio corpo leva à pessoa buscar clínicas sem procurar melhores informações e antecedentes, correndo maiores riscos. Andressa Urach, vice miss-bumbum, teve os músculos da coxa necrosados devido à bioplastia irregular, que contrariou as normas da cirurgia plástica e ao hidrogel na coxa.       Infere-se, a partir dos argumentos, que é crucial que o Governo Federal se alie ao Ministério da Saúde e, conjuntamente, criem partilhas públicas conscientizando a população dos riscos das cirurgias. Seria interessante, também, o acompanhamento psicológico daqueles que pretendem passar por intervenções. Cabe aos veículos de comunicação a promoção de biotipos variados, quebrando o padrão atual e estimulando a aceitação entre os indivíduos, Destarte, ver-se-á mudanças urgentes no comportamento e pensamento sociais.