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Enviada em: 19/04/2018

O crescimento exacerbado da produção de resíduos urbanos frente ao seu  descarte e tratamento indevidos permite a seguinte conclusão: a população, de uma forma geral, não tem noção de responsabilidade sobre o seu próprio lixo. Tal fato se baseia no aumento do consumismo e da obsolência programada, da ausência de campanhas midiáticas que tratam do assunto, além do falho sistema de tratamento de lixo no Brasil, que carece de modernização.          Zygmunt Bauman, o sociólogo, diz que vivemos em tempos de modernidade líquida, nos quais o homem se encontra cada vez mais individualista e materialista. Essa análise traz luz à questão do aumento do consumo, que associado à quase que obrigatória obsolência programada dos produtos atuais, gera um quadro de grande aumento do entulho. Por certo, esse aumento se problematiza ainda mais pela forma como esses resíduos são descartados, sem noções coletivas de responsabilidade.        Paralelamente, sabe-se que a questão do lixo é pouco tratada nos veículos midiáticos. Ora, sabendo-se do grande poder de massificação ideológica da mídia, se há um interesse do Estado nesse assunto, campanhas devem se espalhar, a fim de desenvolver uma responsabilidade no cidadão acerca dos seus despejos. É fundamental tratar do efeito cascata desse impasse, que afeta às diversas áreas da sociedade (economia, natureza, saúde e etc), onde todos arcam com as consequências.          Acrescenta-se que o sistema brasileiro de descarte e tratamento do lixo ainda é retrógrado, quando comparado a outros que são eficientes em países desenvolvidos. Isso existe desde a venda dos produtos, que deveriam assumir um caráter mais ecológico, até o descarte destes, nas casas, onde o cidadão, exíguo de conhecimento, não tem iniciativa de separar, ou até reciclar seus descartes.           Diante o exposto, a tomada de consciência e ação coletivas se torna fundamental para solucionar a problemática. O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) deve criar um programa educacional sobre responsabilidade comunitária e resíduos urbanos que seja acessível, por meio da mídia e de eventos públicos. Dada a eficácia de sua propagação, a Câmara Legislativa, por suas atribuições, deve concluir esse processo educativo por meio de leis e, principalmente, multas aplicadas com a devida fiscalização, pelas quais haja punição para quem não descartar seu lixo de forma correta e para empresas irresponsáveis ecologicamente. Assim, estaríamos pensando globalmente e agindo localmente, a fim de que se resolva tal contratempo.