Materiais:
Enviada em: 10/05/2018

Ao longo dos anos, a gestão do lixo, embora seja uma atividade local, de atribuição das cidades, passou a ser uma questão de interesse global, visto que o excesso da produção de lixo tem como consequência a liberação de gases que promovem o efeito estufa e a poluição das águas subterrâneas e superficiais. Ademais, causa proliferação de insetos, poluição visual, transmissão de doenças, entupimento de bueiros, entre outros. Nota-se, então, que a concentração do lixo está ligada ao aumento populacional nas cidades, ao modelo consumista, à forma de coleta e ao destino indevido.    Com efeito, não se pode pensar sobre a produção e a gestão do lixo sem levar em consideração o êxodo rural, que tem provocado a macrocefalia urbana em muitas cidades - principalmente do sudeste. Esse crescimento anômalo tem contribuído para que o Brasil gere, em média, 78,3 milhões de toneladas de lixo por ano, segundo os dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Além disso, o fato da sociedade contemporânea ser extremamente consumista leva os cidadãos a comprarem mais objetos, produzindo, assim, mais lixo.     A demanda crescente dos resíduos sólidos impacta na coleta e destino final do lixo doméstico, industrial, hospitalar e tecnológico, que deveria ser de acordo com a própria classificação. Porém, observa-se, por exemplo, que o lixo gerado no hospital é jogado no aterro sanitário ou no "lixão", ao invés de ser incinerado. Aliás, para a Abrelpe, 40% do lixo coletado tem destinação inadequada, ou fora da Política Nacional de Resíduos Sólidos.    Em face do exposto, para produzir menos lixo, coletá-lo e destiná-lo adequadamente, é necessário que cada cidadão reduza o consumo de produtos potencialmente impactantes ao meio ambiente, segregando o lixo doméstico, comprando objetos reutilizáveis, contribuindo com a coleta seletiva, visando facilitar a reciclagem e a redução do volume de lixo. Não obstante, cabe às Prefeituras construir novos aterros sanitários, mediante Parcerias Público-Privadas, objetivando minorizar os depósitos irregulares, culminando no melhor gerenciamento dos resíduos e da qualidade de vida.