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Enviada em: 03/06/2018

O físico alemão Albert Einstein disse certa vez: ''A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo''. Quem sabe nos dias de hoje ele visse que o seu pensamento continua atual, já que muitas pessoas tratam o descarte do lixo como um caso isolado da sociedade. Entretanto, ao fazer uma análise mais consistente, percebe-se que fatores comportamentais e políticos convergem para essa problemática no Brasil.       Em uma primeira análise, observa-se que a questão comportamental seja um dos principais motivos desse problema. De acordo com Durkheim, os homens são animais selvagens e o que diferem dos demais é a capacidade de aprender hábitos e costumes para viver em sociedade. Nesse sentido, a separação adequada do lixo reciclável do orgânico seria naturalmente resolvida se a população estivesse engajada a seguir essa ideia, visto que separar o lixo faz parte de um comportamento solidário num país cada vez mais individualista. Assim, além de diminuir o número de lixões e aterros controlados, a maioria dos resíduos sólidos poderiam ser reutilizados.       Em uma segunda análise, verifica-se que grande parte dos municípios brasileiros não implementou o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos. Segundo os dados da Confederação Nacional dos Municípios, apenas 10% das cidades haviam elaborados o plano até 2012. Isso porque muitas prefeituras não têm condições financeiras para a construção e manutenção de aterros sanitários. Além disso, mais da metade dos locais construídos para a decomposição de resíduos voltaram a ser lixões nas últimas décadas por falta de conservação. Desse modo, é fundamental que os cidadãos cobrem do governo uma maior fiscalização e mais investimentos a fim de garantir a realização do programa.       Fica claro, portanto, que as mudanças  de comportamento no descarte inadequado do lixo precisam ser permanentes. Logo, os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social devem promover a campanha "Separe o lixo e acerte na lata" na TV, no rádio, na internet e nas redes sociais durante o ano todo, com o propósito de alcançar todos os lares brasileiros e mudar a conduta em relação à separação do lixo. Ademais, as sociedades civis devem cobrar do Governo Federal apoio financeiro e auxílio para a elaboração e implantação do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos em todas as cidades, com o intuito de promover a separação e reciclagem do lixo para a resolução desse grave problema social. Só assim Einstein estará certo mais uma vez.