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Enviada em: 06/09/2018

Segundo dados do IBGE, cerca de 64% dos municípios brasileiros depositam o lixo de maneira inadequada, seja a céu aberto, sejam nas vias públicas ou em lagos e mananciais. Tal fato ocorre devido a pouca relevância atribuída pelas instituições públicas e privadas à sustentabilidade, bem como pela morosidade da fiscalização do Poder Público, quanto a reversão dos impactos ambientais provocados por atividades que se pautam no usufruto dos recursos naturais. Por conseguinte, os altos preços cobrados pelas terceirizadas para a captação e descarte adequado do lixo, direciona muitas empresas a optarem por métodos ilícitos no destino final de seus resíduos, evidenciados pela ocorrência de lixo hospitalar em aterros sanitários.        A priori, a coleta urbana é medida sanitária essencial, visto que o acúmulo de resíduos junto aos indivíduos, resulta na incidência de doenças evitáveis. Consoante a isso, o descarte em local inadequado poderia resultar na contaminação dos solos e lençóis freáticos, além de potenciais enchentes devastadoras, bem como a formação de reservatórios abertos  de água, que são meio de crescimento da fase larval de vetores transmissores da dengue e da febre amarela. Em síntese, a proporção alcançada por essas patologias, reside no descuido da população com o descarte do lixo.         Doravante, o potencial contaminante do líquido percolado ou chorume - resultado da mistura de resíduos com água da chuva - é 200 vezes mais nocivo ao ambiente e à saúde, que o esgoto doméstico, logo, é primordial a organização do manejo adequado do lixo. Apesar de medidas começarem a surgir em resposta ao problema, tais como a criação de uma lei pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em 2005, que institui o recolhimento obrigatório pelas empresas fabricantes de 5 pneus inutilizáveis a cada 4 produzidos, para a utilização, dentre outras maneiras, ao recapeamento asfáltico, visto que a borracha possui um tempo de decomposição indeterminado, essas são incipientes caso não se alinharem à reeducação da população.       Portanto, é primordial que o Ministério do Meio Ambiente e as Prefeituras Municipais, ofereçam descontos no IPTU das empresas que descartam corretamente seu lixo e incentivam a reciclagem. Consoante a isso, a difusão da noção de sustentabilidade nas escolas, bem como por meio de propagandas e palestras gratuitas nas instituições públicas e privadas, pelo MEC, fomentam consumo de produtos com certificação socioambiental e embalagens biodegradáveis, bem como a leitura dos rótulos, identificando o descarte correto. Além disso, medidas como a permuta do óleo de cozinha usado por produtos de limpeza, haja vista que a base para a produção de sabão são as gorduras vegetais, altamente nocivas ao ambiente, demonstram que preservar é um autobenefício ao indivíduo.