Materiais:
Enviada em: 19/07/2018

Na minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, assim começa-se o poema Canção do Exílio, do exímio poeta Gonçalves Dias, face do primeiro momento do romantismo no Brasil, que tanto glorifica nossa pátria, idealizando um cenário rico em belezas naturais. Infelizmente, no Brasil hodierno o acúmulo de resíduos sólidos está ponto em xeque essas belezas, que um dia foram tão idolatradas, estão gerando não apenas problemas ambientais como sociais.  Destarte, na sociedade a qual vivemos, essa que instiga o consumo desenfreado, lidar com o lixo tem-se mostrado um desafio. Consoante Sartre, o homem é livre e cabe a ele decidir como agir perante as situações impostas, isso mostra que o problema do lixo tem suas raízes no, e somente no, homem. As gestões governamentais têm práticas limitadas para a gestão desse recurso, são poucos os governantes que implantam medidas como coleta seletiva ou logística reversa para reciclagem.  Outrossim, a questão do lixo também traz problemas sociais, nossítios doslixões cidadãos estão trocando suas dignidades por um meio de gerar uma renda mínima, ao se submeterem à uma verdadeira caça por restos, para leva-los aos centros de coleta de lixo e então possam ser trocados por uma quantia mínima de dinheiro. Crianças nascem e crescem em meio aos lixões, essa é um cenário triste, que faz parte da realidade brasileira gerada pela grande produção de lixo. Diante dos argumentos supracitados, fica claro a necessidade de medidas públicas para alteração desse cenário.  Cabe ao Estado implantar medidas públicas para conscientizar a população sobre os danos causados pelo lixo, que pode ser feito por intermédio, por exemplo, da educação. O Ministério da Educação deve implementar uma grade curricular mais voltada à sustentabilidade, enquanto isso os governos locais, junto às ONGs e a mídia, criar novas campanhas para incentivar a coleta seletiva dentro dos centros urbanos. Finalmente, será possível que o Brasil uma vez descrito por Gonçalves Dias possa voltar a aparecer nos poemas modernos.