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Enviada em: 02/08/2018

Segundo a filósofa alemã Hannah Arendt em " A banalidade do mal", o pior mal é aquele visto como algo corriqueiro e cotidiano. Sob essa ótica, ao observar-se os problemas causados  pelo lixo no Brasil, percebe-se que o pensamento de Hannah é constatado tanto na teoria quanto na prática e a problemática segue intrínseca à realidade do país. Nesse sentido, convém uma análise de como a falta de aterros sanitários e a negligência da população contribuem para o impasse.   É indubitável que a pouquidade de aterros eficientes esteja entre as causas da questão. Segundo pesquisas da Unicamp, 72% dos aterrizos não apresentam uma estrutura adequada para receber lixo eletrônico (este, responsável por grande parte da poluição de solos e lençóis freáticos). Logo, fica evidente o total despreparo das Prefeituras  quanto ao  cuidado correto com seus dejetos. Nesse contexto, para o médico Jonas Salk, o prêmio de um trabalho bem feito é não precisar fazê-lo novamente.    Outrossim, o descaso populacional também causa barreiras. O cidadão brasileiro tem, sem dúvidas, entre seus defeitos, o desejo de que problemas diversos sejam erradicados o mais rápido possível sem ao menos colaborar para tal feito. Nessa égide, segundo a Organização das Nações Unidas, o brasileiro é um dos povos menos preocupados em relação a seus dejetos e está entre os dez que mais reclamam deles. Nessa lógica, o pensador Jarbas Santos dizia que não adianta falar bonito e fazer feio.    Infere-se, portanto, que o Ministério do Meio Ambiente e as Prefeituras Municipais devem agregar a construção de aterros adequados para pôr os mais variados tipos de lixo, para que não haja novamente problemas relacionados à poluição dos solos e lençóis de água. Ademais, para o pedagogo Paulo Freire, a educação muda as pessoas e essas mudam o mundo. Destarte, o Ministério da Educação e as escolas devem fazer uma parceria, colocando no Currículo Escolar uma matéria que dê foco aos entraves causados pelo lixo, a fim de incentivar os futuros adultos a não vilipendiarem a causa do lixo na sociedade colaborando para o fim do mal.