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Enviada em: 17/08/2018

No filme ''Wall-E'', fenômeno da Disney, tem como uma das temáticas a produção excessiva do lixo pelos seres humanos, culminando no abandono do planeta Terra, devido às consequências geradas. Embora a sociedade venha colocando em pauta o descarte inadequado dos resíduos, a manutenção dos aterros sanitários aproxima cada vez mais a realidade da animação. A questão sociocultural dos indivíduos e a negligência do poder estatal dificultam a melhoria da gestão do lixo nas cidades brasileiras.        Nesse contexto, a falta de educação ambiental dos cidadãos fomenta a cultura de responsabilizar apenas o governo como responsável pelos impactos em tal problemática. O fato de os produtos eletrônicos, como computadores, tabletes e baterias serem descartados da mesma maneira que o lixo doméstico demonstra a falta de conhecimento da população sobre as consequências dessa prática ao meio ambiente. Essa ação favorece, com a chegada desses materiais nos aterros juntamente com as chuvas, a contaminação dos lençóis freáticos e do solo, impregnando-os com metais pesados. Dessa forma, percebe-se a importância de conscientizar a sociedade para enfraquecer a máxima do sociólogo Sartre de que o indivíduo atribui a culpa aos outros, com o intuito de ausentar a sua responsabilidade no problema, tornando-o capacitado em reconhecer o seu papel na melhoria da gestão do lixo.       Ademais, a inércia do Estado perante a manutenção de lixões sem tratamento é um dos principais causadores dos problemas ambientais.Ao permitir o descarte de resíduos sólidos em terrenos não tratados com imperbeabilizantes e compactação do solo, possibilita a infiltração das substâncias prejudiciais à natureza. Outrossim, de acordo com a Biologia, o acúmulo de matéria orgânica promovida por esses locais favorece a ação de bactérias produtoras do gás metano, altamente inflamável, que ao céu aberto contribui na agravação do efeito estufa. Assim, o governo torna-se fundamental na prevenção de contaminação do ambiente.        Nessa perspectiva, a carência na educação ambiental e o descaso do poder público perante os aterros irregulares impedem a melhoria da gestão do lixo nas cidades brasileiras. Por isso, é necessário que as instituições educacionais alertem os alunos sobre os possíveis impactos do descarte inadequado dos eletrônicos, por meio de palestras com especialistas, como biólogos, a fim de diminuir a contaminação do solo e dos aquíferos. Além disso, o governo deve investir no planejamento de aterros adequados, por intermédio da impermeabilização e da construção de uma estrutura capaz de captar o gás metano, podendo a vir utilizar como combustível, com o intuito de diminuir a ação do efeito estufa.