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Enviada em: 17/10/2018

Dentro de uma célula, quando uma organela envelhece, o lisossomo, por meio da autofagia, promove a sua reciclagem e, por conseguinte, a reutilização dos nutrientes que seriam descartados. Não obstante, o destino final do detrito na sociedade brasileira diverge com o da organela. Isto posto, ao não incentivar empresas a fazerem a reciclagem e despejar o lixo em lugares irregulares, ameaça o exercício à cidadania, haja vista que ocasiona consequências ao meio ambiente e na qualidade de vida da população, tornando-se imprescindíveis mudanças para reverter essa adversidade.    Mormente, ao analisar o manejo do lixo por um prisma estritamente histórico, conclui-se que medidas adotadas em outrora são mantidas atualmente, e converge com à cidadania. Durante a Revolução Industrial ouve um aumento exponencial da produção de lixo, que eram despejados nas periferias ou em áreas debilitadas, o que é refletido até os dias atuais na sociedade brasileira, tendo em vista que os detritos também não recebem um tratamento adequado. Destarte, é indubitável que o lixo ameaça o exercício à cidadania, pois boa parte dos resíduos produzidos no Brasil são direcionados aos lixões e aterros, e produzem gás metano e chorume, grandes responsáveis, respectivamente, pelo aquecimento global e contaminação de lenções freáticos. Outrossim, atraem vetores de doenças, como hepatite e dengue, o que coloca em risco o direito à vida garantido constitucionalmente a todos os cidadãos.   Conquanto, é inconcusso que enquanto o governo não incentivar a reciclagem, o problema perpetuará. Dessarte, malgrado a produção de lixo ser grande, não há um incentivo do Estado para atrair empresas do ramo da reciclagem para instalar-se  no país e transformar esse detrito, de modo que as poucas existentes, em virtude dos altos impostos, precisam alterar exponencialmente os preços dos produtos reaproveitados, os deixando mais caros que os novos. Logo, para resolver esse impasse, é necessário a criação de politicas públicas mais palpáveis voltadas a estimular pessoas jurídicas a investirem na alteração do lixo, pois consoante o químico Lavoisier, "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".   Fica claro, portanto, que a falta de incentivo as empresas de reaproveitamento faz com que o problema persista. Desse modo, cabe a prefeitura, em parceria com a Receita Federal, estimular a reciclagem, por meio da doação de terrenos para construção dispostas a reciclarem e pela diminuição de seus impostos. Diante disso, a problemática poderá ser resolvida de curto a médio prazo, e atrairá diversas empresas especialistas na transformação do lixo, haja vista que estará incentivando o reúso de modo que não haja alterações nos preços dos produtos fabricados, e resolverá problemas futuros, pois como já dizia um ditado oriental: "o lixo sempre volta a sua porta, basta você escolher a cara dele".