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Enviada em: 18/07/2019

De acordo com Georg Hegel, autor do livro "Fenomenologia do Espírito", toda realidade é fruto de um processo histórico. Para o filósofo alemão, os ideais são cada vez mais perpetuados à medida que há progresso na razão humana. Fora do pensamento idealista, a concepção ganha forma a avaliar que o não recente crescimento exponencial do lixo persiste intrinsecamente ligado à atualidade no país. Desse modo, convém analisar a inobservância governamental, assim como a lenta mudança da mentalidade social como elementos fundamentais da problemática.        Segundo Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem estar da sociedade. No entanto, esse conceito encontra-se negligenciado, visto que a falta de atuação das autoridades na resolução do impasse ocasiona uma perpetuação dos crescentes índices de contaminação pelo lixo e afins. Tal conjuntura ainda é intensificada pela falta de investimento na formação de aterros seguros para a população, que se vê desassistida. Assim, sem o comprometimento desse setor, o problema é agravado e coloca em risco a saúde de diversos habitantes.        Ademais, convém avaliar os efeitos que a falta de informação possui na manutenção da poluição gerada pelo lixo. Consoante à Teoria do Habitus, de Pierre Bourdieu, nossas práticas são resultado de condições culturais específicas de uma sociedade. Dessarte, os costumes protagonizados por antepassados de determinado grupo são conservados e, hoje, ainda ecoam no exacerbado descarte de resíduos. Logo, o desconhecimento acerca dessa conjuntura promove a produção de lixo de forma inconsciente e faz com que o progresso, para a resolução do impasse, tenda a não ocorrer. Portanto, uma mudança nos valores da sociedade é essencial para atenuar os efeitos do mau uso do lixo.        Depreende-se, portanto, que é necessário uma tomada de medidas que atenuem a problemática supracitada. A princípio, cabe ao Governo investir em pesquisas tecnológicas que visem a criação de aterros sanitários de forma inteligente,  a fim de diminuir a contaminação dos lençóis freáticos, para que os cidadãos se sintam seguros tendo a modernização a seu favor. Paralelamente, cabe às Organizações Não Governamentais (ONGs) distribuírem cartilhas informativas advertindo sobre os perigos de deliberarem seus rejeitos sem prévia conscientização, objetivando universalizar o conhecimento sobre os prejuízos dos resíduos em excesso, assim como sensibilizar todas as camadas da sociedade a ajudar a resolver o problema. Dessa forma, o conceito de Hegel, que é uma questão no Brasil hodierno, deixará de ilustrar tal conjuntura no futuro.