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Enviada em: 21/04/2017

Nos aterros, nas ruas, nos rios, lagos e mares: ainda hoje, o lixo é quase onipresente. Muito embora a sociedade moderna tenha evoluído se comparada com a de outrora no que se refere à coleta e tratamento de resíduos, a podridão oriunda das cidades cresce exponencialmente. Numa cultura consumista, é natural que a quantidade de lixo aumente em função do tempo. Em decorrência disso, o que se observa atualmente é a ineficácia do Brasil em trata-lo corretamente, uma vez que apenas esconder o lixo – pelo menos o que chega a ser coletado – em lugares distantes resolve somente uma parte da situação.    Ao ar livre ou em depósitos subterrâneos, a decomposição da matéria libera gases bastante prejudiciais à atmosfera, como o metano. Em 2014, cerca de 1500 cidades brasileiras ainda despejavam seu lixo em lixões, e, hoje, por volta de 40% dos resíduos ainda têm um fim inadequado. Quanto a isso, cabe a análise de uma medida interessante adotada nos Estados Unidos: em alguns parques, foram implantados biodigestores que convertem os gases liberados na decomposição do lixo em energia elétrica. Uma medida relativamente simples, que, se naturalizada no Brasil, resultaria na gradativa implementação de métodos sustentáveis para tratar do lixo, e, ainda, para gerar energia.      Nessa temática, além da questão ecológica, outros aspectos devem ser discutidos. Em alguns dos lugares mais pobres do país, é ausente não só o tratamento adequado do lixo, mas também qualquer tipo de tratamento. O descaso dos órgãos do governo para com algumas regiões é tamanho que nem sequer a coleta chega até lá, o que contribui para a dispersão de doenças e torna os moradores completamente vulneráveis quanto sua saúde. Além disso, é importante também analisar a perspectiva social do "ciclo" do lixo: os lixões brasileiros, indiscutivelmente, são fontes de empregos informais que sustentam muitas famílias ainda hoje. Em suma, os resíduos que a população deixa para trás engloba problemas para além dos ambientais, como a desigualdade social e a saúde pública.    Primeiramente, a fim de reduzir os impactos da desigualdade, os governos municipais devem se responsabilizar em propiciar a coleta do lixo por todo o território, de forma igual. Ademais, o Ministério do Meio Ambiente e o governo federal devem investir em métodos de reciclagem para reduzir a incidência de lixo em lugares que podem vir a gerar risco à saúde e ao meio ambiente. Ainda, focando nos resíduos não-recicláveis e na diminuição do impacto negativo dos aterros, uma boa resolução seria o investimento em métodos como a incineração, que queima o lixo e faz a fumaça gerar energia ao girar hélices, por exemplo; além dos já mencionados biodigestores. Além de gerarem empregos, tais medidas renovariam a relação homem-natureza, de forma benéfica e, finalmente, positiva.