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Enviada em: 09/08/2017

O lixo na construção do amanhã       A triste história do acidente com césio 137, onde catadores de lixo e seus familiares foram contaminados e mortos por um composto radioativo, descartado indevidamente, reflete um total descaso com a gestão de resíduos no Brasil. A falta de cuidado com a vida humana mostra-se evidente quando o poder público negligencia a administração do lixo, causa de inúmeros traços antipáticos à saúde pública como doenças e enchentes.       Em primeira análise, é nítido o descomprometimento do poder público com o acumulo do lixo. Segundo o IBGE, menos da metade dos governos estaduais têm programas de coleta seletiva. Dessa maneira, torna-se quase impossível a reciclagem das grandes quantidades de lixo acumulados a céu abeto em locais menos nobres das cidades. Desse modo, as famílias que residem perto desses locais sofrem com as injustas consequências que vão desde o mal cheiro até doenças fatais como a leptospirose.      Ademais, segundo o site Mundo Educação, em média, cada pessoa produz 1 kg de lixo diariamente. Frente a esse dado, se a população brasileira produzisse metade do referido, seriam aproximadamente 100 mil toneladas de lixo por dia. Como agravante, traços dessa quantidade absurda de resíduos se encontram nas ruas, rios e redes de esgoto, refletindo a má educação de quem descarta seus resíduos em locais impróprios, desse modo, agravando enchentes em áreas próximas à rios.       Mostra-se imprescindível, portanto, que os estados brasileiros se posicionem, de maneira mais eficiente, frente a essa problemática. Primeiramente, em conjunto com os municípios, ofereçam palestras educativas sobre separação de resíduos e promovam a redução do IPTU para famílias que façam coleta seletiva em rios e encostas da cidade. Além disso, devem criar centros de fabricação de tijolos a partir do lixo inorgânico coletado, empregando famílias de baixa renda na produção e reduzindo os custos na construção de casa para as vítimas de enchentes.