Materiais:
Enviada em: 15/08/2017

Dentre os objetivos do milênio elaborados pela Organização das Nações Unidas, estão metas para aproximar a política dos países signatários do desenvolvimento sustentável. Esse intuito ilustra o pensamento proeminente e a nível global de preservar a natureza e, consequentemente, da preocupação com o destino final dos resíduos. Nesse sentido, a disseminação de ideias que visem a conscientização do papel do cidadão no contexto da produção do lixo é necessária para o efeito benéfico ao meio ambiente e às sociedades atuais e futuras.    Primordialmente, na lógica do mundo globalizado, existe o compartilhamento não apenas de ideias e culturas, mas também dos problemas. Assim, imbuído de uma consciência ética, cada indivíduo precisa compreender que faz parte de uma comunidade e que as problemáticas inerentes ao descarte do lixo afetam a sociedade humana como um todo. É necessário que cada cidadão reconheça que existem diversas questões globais intrínsecas a essa problemática e cujas consequências tendem a ser severas em vários locais, tais como enchentes, poluição de lagos e rios e contaminação dos lenções freáticos, além da possibilidade de disseminação de doenças, a exemplo do acidente com o elemento Césio-137 na década de 80 em Goiânia, causado pelo descarte inadequado de resíduos.     Ademais, pensar nos efeitos coletivos das ações é parte do exercício da cidadania. Contudo, Zygmunt Bauman, sociólogo polônes, afirma que, na contemporaneidade, as relações humanas são marcadas pelo individualismo. Logo, essa característica dificulta que sejam realizadas mudanças mais profundas em relação ao estabelecimento de um ambiente mais limpo e saudável, uma vez que as preocupações ambientais muitas vezes não acompanham as campanhas que estimulam o consumismo: "Proteja!" e "Pense!" são frases menos frequentes que "Compre!". Por isso, cada comunidade precisa adotar ações positivas que auxiliem a progressão de ideias sustentáveis no que se refere às atitudes pós-consumo.     Nesse sentido, medidas como a adotada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, que prevê multa para aqueles que descartam lixo nas ruas, devem ser aplicadas em mais locais com o intuito de coibir tal prática. Ao mesmo tempo, o Ministério da Educação pode desenvolver disciplinas no ensino básico ligados à educação ambiental, visando cultivá-la nas gerações futuras. Além disso, a Mídia pode contribuir no sentido de orientar a população sobre o descarte adequado de materiais por meio de programas televisivos transmitidos em horário de pico. Por fim, as prefeituras podem expandir a coleta seletiva e conceder incentivos fiscais a empresas que utilizem materiais recicláveis. Quem sabe assim tal impasse possa ser superado.