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Enviada em: 31/08/2017

Caminho ideal para o lixo: uma utopia? A partir do modelo industrial toyotista, os produtos passaram a ter um ciclo de obsolescência programada, ou seja, uma curta duração visando ao lucro dos lançamentos. Além do consumismo exagerado, há a ignorância em relação à importância da reciclagem. Com isso, a falta de um destino adequado para o lixo urbano ainda é um dos principais problemas ambientais do Brasil. Para Bauman, a sociedade hodierna vive em uma modernidade líquida, assim, o "ter" passa a ser mais importante do que o "ser", intensificando o modelo consumista. Logo, a produção de resíduos sólidos é cada vez maior, além disso, não há preocupação com o seu destino; observa-se com frequência o acúmulo de lixos em locais pobres, ou então, simplesmente espalhados pela cidade. A existência desses entulhos é uma das causas que mais corroboram para a persistência de pandemias que consequentemente, sobrecarregam a saúde pública. Segundo a Biologia, locais com brechas expostos a fatores abióticos como garrafas pets e pneus, são ideias para a proliferação de insetos e ratos vetores de doenças que podem, inclusive, levar à morte. Entretanto, a existência dessas práticas e da ausência da coleta seletiva se deve pela cultura e desinformação no Brasil. Infelizmente, em locais pobres, não há o conhecimento aprofundado sobre os males provocados pelos entulhos, muitas pessoas depositam seus resíduos em áreas com pouca movimentação, estas desconhecem que as doenças podem atingir lugares mais distantes, como outros bairros. Análogo à isso, há aqueles que compreendem a importância do destino correto para o lixo, mas não colocam suas ações em práticas; muitas vezes isso se deve pela educação familiar e do pensamento individualista que o cerca. O indivíduo não se vê como parte da sociedade, ainda que suas ações afetem o coletivo.  Por isso, em primeiro lugar, as escolas precisam trabalhar a educação ambiental, promovendo palestras junto com as famílias dos alunos, para que possam juntos colocar em prática a política dos 3R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar; aliado à mídia, que poderia retratar o consumismo e o individualismo, em novelas. Em segundo lugar, o Ministério da Saúde poderia distribuir panfletos em bairros pobres, para informar o quão prejudicial os entulhos podem ser para a saúde pública. Já o Ministério do Meio Ambiente deveria trabalhar no processo de coleta seletiva, garantindo que chegue a todos. Uma alternativa a longo prazo já realizada no Japão, seria utilizar o lixo orgânico para a geração de energia, através de um gás originado da sua queima, evitando assim, o alto uso de termoelétricas.