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Enviada em: 08/09/2017

Na contemporaneidade, a obsolescência dos  produtos é cada vez maior. Desse modo, um dos grandes problemas, sobretudo, das grandes cidades, é a produção de lixo, o qual tendo sua disposição indevida contabiliza sérias repercussões no âmbito social e ambiental, que necessitam ser discutidas.    De acordo com o filósofo Habermas, as atitudes humanas carecem de racionalidade instrumental, isto é, analisar as consequências das ações antes de cometê-las. Entretanto, no Brasil, a chaga consumista exacerbada da população parece contrariar a prerrogativa defendida pelo filósofo, uma vez que, não raro, atitudes simples, como separar o lixo orgânico do reciclável, são difíceis de serem adotadas no cotidiano dos indivíduos. Outrossim, ressalta-se o pouco investimento dos gestores públicos em relação à problemática, a qual, segundo o Ministério da Saúde, ameaça a própria manutenção da qualidade de vida da população. Tal afirmação é corroborada com o aumento de doenças, tais como a leptospirose, transmitidas por ratos que procriam-se entre o lixo acumulado nas calçadas e encostas de rios e bueiros.       É fundamental pontuar, ainda, conforme a Hipótese de Gaia (deusa da mitologia grega), que o ambiente é um grande organismo vivo interdependente das relações humanas. Destarte, pode-se destacar o impacto causado pelo lixo na homeostase ambiental (equilíbrio). Por exemplo, o rio Tietê, é uma mostra clara dessa questão, já que suas águas, devido a eutrofização causado pelo lixo nele depositado, tornam inóspitas para a sobrevivência da vida aquática. Consequentemente, ao afluir no mar, por meio da convergência marítima (mecanismo oceânico responsável pelo movimento das águas), acaba comprometendo a fauna marinha de todo o planeta, bem como as algas e cianobactérias responsáveis pela liberação da maior parte do gás oxigênio, indispensável para a existência de todos os seres.                   Levando em consideração esses aspectos, medidas são necessárias para a mitigação da questão dos resíduos provenientes do consumo humano. Para tanto, é necessário que o Governo Federal, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Conselho Nacional do Meio Ambiente, em conjunto, invistam em veículos para o transporte do lixo e na construção de biodigestores. Estes últimos, através do processo de decomposição de resíduos orgânicos, produzem energia elétrica e fertilizantes para a agricultura, o que beneficiaria a receita governamental e o bem-estar social. Em adição, as prefeituras poderiam criar campanhas de conscientização nas mídias e palestras, no intuito de ensinar a importância das pequenas atitudes dentro dos lares, como separar o lixo, em benefício da qualidade de vida social, ambiental e das gerações futuras.