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Enviada em: 02/10/2017

Na música "Lixo no Lixo", o grupo Falamansa fantasia o dia em que as ações antrópicas aniquilarão a vida na Terra. No trecho "E você salvou o mundo? Ou se acabou com ele?" é ressaltada a parcela de culpa que todos os seres humanos têm no processo. No mundo real, a conjuntura hodierna nacional demonstra que a produção excessiva de lixo é uma grave ameaça ao futuro da sociedade. Nesse contexto, suas causas e efeitos em meio à população são fatores que não podem ser negligenciados.      Em primeira análise, cabe pontuar que a ausência de incentivo estatal à reciclagem promove a manutenção do problema. Muitas empresas do ramo enfrentam dificuldades com a tributação, pois é a mesma da matéria prima virgem, o que torna o processo desvantajoso. Além disso, a maioria dos municípios brasileiros carecem de sistemas de coleta seletiva, o lixo é recolhido e despejado na natureza sem nenhuma restrição, como é comprovado em dados do Ministério do Meio Ambiente, os quais afirmam que 3 mil lixões estavam ativos no Brasil em 2016. Por outro lado, o próprio corpo civil colabora com essa mazela ao fazer o descarte de materiais em locais inapropriados e utilizar de maneira desnecessária materiais não biodegradáveis, como sacolas plásticas. Por conseguinte, ações direcionadas à causa do problema são necessárias.      Ademais, convém frisar que os fatos supracitados provocam, por meio de fatores econômicos e ambientais, grande instabilidade na sociedade. Os cofres públicos são diretamente afetados pelo não aproveitamento do lixo, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), o país deixa de arrecadar 120 bilhões de reais por ano com o descaso. É inegável, também, que haveria melhora na taxa de desemprego com o aquecimento desse setor, pois são necessárias indústrias especializadas para cada material. É importante salientar que os danos ambientais são enormes, como visto no Rio Tietê, em São Paulo, e nas praias das grandes cidades.      Em virtude dos fatos mencionados, entende-se que o descarte excessivo de detritos é prejudicial ao desenvolvimento do Brasil, logo é mister medidas para a sua mitigação. Deve o Ministério do Meio Ambiente, aliado às prefeituras, implantar um sistema de reaproveitamento em todos os municípios, com lixeiras seletivas em todas as ruas, para que seja fácil a identificação do material pelos profissionais de limpeza. O material deve, posteriormente, ser vendido à empresas especializadas na transformação da matéria prima. Outrossim, o Estado, na figura do Poder Legislativo, deve desencorajar aqueles que despejam lixo em local inapropriado, ao cobrar altas multas de quem o fizer. Destarte, poder-se-á afirmar que o Brasil oferecerá os mecanismos necessários à mitigação dessa problemática.