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Enviada em: 04/11/2017

O poema de Carlos Drummond de Andrade, Eu Etiqueta, retrata o consumismo exacerbado da contemporaneidade, no qual o indivíduo é "escravo da matéria anunciada". Em consequência disso, a humanidade se depara com um problema grave de desequilíbrio entre o que é consumido e o excesso de lixo produzido e não reaproveitável, o que provoca implicações preocupantes ao meio ambiente. Posto isto, medidas são necessárias a fim de neutralizar as causas e consequências da relação entre o consumismo e o lixo produzido na sociedade brasileira.      Em uma primeira análise, torna-se necessária uma postura responsável do indivíduo frente ao bombardeio de ofertas e propagandas midiáticas dos bens de consumo, visto que são os maiores veículos de influência ao indivíduo para compras compulsivas. Neste sentido, conforme Zygmunt Bauman, filósofo polonês, "O problema não é consumir, é o desejo incansável de continuar consumindo". Portanto, é preciso que se estabeleça visão crítica sobre a necessidade de comprar em detrimento de comprar apenas por impulso, compulsão ou influência.      Por outro lado, uma grande problema decorrente do consumo exagerado é a produção de lixo, principalmente por sua grande quantidade, descarte inadequado e consequências ao meio ambiente. Sendo assim, de acordo com Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele e, desse modo, observa-se uma necessidade de conscientização geral da população acerca deste impasse. Além disso, a discussão ainda perpassa a questão da obsolescência programada, visto que, ao se comprar um produto com vida útil pequena e pré-determinada pelo fabricante, a obrigação de uma próxima compra custa, da mesma maneira, ao meio ambiente, que é o local de destino do produto inutilizado.      Destarte, o consumismo e geração de resíduos é um desequilíbrio danoso ao ecossistema e, portanto, providências imediatas são imprescindíveis. Neste sentido, o Governo Federal, por meio do Ministério da Fazenda, deve criar incentivos fiscais a empresas que forneçam serviços com embalagens recicláveis, além de bens comprovadamente duráveis e, por fim, abrir caminho na mídia para propaganda de produtos que sejam menos prejudiciais a natureza, com o objetivo de que se diminua a quantidade de lixo produzido. Ademais, o Ministério da Educação deve criar campanhas em escolas, por meio de palestras financiadas pelo Governo, em parceria com empresas engajadas nesta luta e, por meio da mídia, acerca do consumo consciente e coleta seletiva de lixo, a fim de uma conscientização a população. Desta maneira, conforme Kant, a educação será fundamental à preservação do nosso bem maior, o meio ambiente.