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Enviada em: 17/02/2018

Segundo Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e responsável; cabe a ele estabelecer o seu modo de agir. Desse modo, diante do avanço de ideais cada vez mais consumistas, recai sobre o homem o engajamento com a diminuição da produção de resíduos sólidos em seu meio. Nesse contexto, o hábito de consumo irresponsável e a má gestão do lixo são, indubitavelmente, fatores que não podem ser negligenciados.        Em primeira análise, cabe pontuar que, com o advento do capitalismo, a sociedade pós-moderna adquiriu práticas peculiares, como o consumo desenfreado e irregular de bens não duráveis, o qual faz com que uma quantidade cada vez maior de lixo seja gerada no meio ambiente. Comprova-se isso pela prática conhecida como “obsolescência programada”, na qual uma empresa produz um bem de maneira que este se torne obsoleto após um tempo reduzido de uso. Dessa forma, é perceptível que a ideia de Sartre se faz presente nas relações de consumo contemporâneas, uma vez que não só os consumidores mas também os produtores são responsáveis pela redução dos resíduos no ambiente terrestre.       Ademais, convém frisar que a ação antrópica gera reações que trazem consigo malefícios ao ecossistema e aos próprios seres humanos. Uma prova disso está na teoria do célebre físico Isaac Newton, na qual se comprova que toda ação gera uma reação de mesma intensidade. Diante disso, fica claro que a desordenada gestão do lixo afeta diretamente a vida do homem, uma vez que essa traz como consequência a poluição de rios e lençóis freáticos, a proliferação de vetores de doenças e, até mesmo, o aumento do número de enchentes devido ao entupimento de canais de escoamento urbanos. Nesse cenário, entende-se que o poder público também tem grande responsabilidade no que diz respeito ao lixo.        Fica evidente, portanto, que a produção de detritos que advém do consumo humano é uma questão ambiental e, sendo assim, não pode ser responsabilidade de uma só pessoa ou entidade. Desta forma, o Ministério da Educação, em parceria com as escolas, deve realizar palestras que abordem questões envolvendo desde a produção até a destinação final dos resíduos sólidos, objetivando a mudança do comportamento do tecido social brasileiro no que diz respeito ao tema. Além disso, é essencial que o poder público apresente, junto às emissoras de televisão, campanhas sobre o manejo correto dos materiais e os programas de coleta seletiva, com abrangência nacional, como forma de estimular a população a participar ativamente da gestão do lixo a nível domiciliar. Somente assim, com essa responsabilidade compartilhada, a difícil relação entre os resíduos urbanos e a sociedade será atenuada.