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Enviada em: 27/04/2018

A história da humanidade mostra que muitas vezes é preciso baixar ao mais profundo inferno antes de buscar a redenção. Sem o sangue copioso que correu das cabeças cortadas na França revolucionária não se teria firmado a ideia de que não se constrói uma sociedade cidadã à base da ação desenfreada de guilhotinas. Partindo desse pressuposto, hodiernamente, não mais sanguinários, os movimentos sociais em prol do bem comum, são cada vez mais evidenciados no Brasil, o que denota um papel de extrema relevância, visto que tais inquietudes convergem positivamente para uma sociedade igualitária e com melhores condições.           Em primeiro plano, vale ressaltar a importância dos movimentos sociais em uma sociedade plural e dinâmica que busca, constantemente, suprir suas necessidades distintas. Nesse contexto, o sociólogo Zygmunt Bauman já afirmava que, "uma sociedade que esquece a arte de questionar não pode esperar encontrar respostas para os problemas que os afligem". De fato, o abandono da inatividade por parte da população em participar de tais movimentos, muitas vezes, corrobora para a efetiva mudança da realidade, na medida em que causam importante impacto por meio das manifestações e protestos.           Outrossim, ao descortinar o século XXI, o advento das tecnologias e a rápida propagação de informações têm sido campo fértil para a convergência de opiniões e, consequentemente, para a busca de direitos. Nesse âmbito, as redes sociais, a exemplo, o Facebook e Whatsapp, propiciam maior praticidade na propagação de ideias, alcançando grande quantidade de indivíduos em menos tempo, o que não era possível em séculos anteriores. Isso pode ser observado na onda de protestos ocorridos no Oriente Médio na tentativa de derrubar ditadores e reivindicar melhores condições, os quais tiveram como principal impulsionador as redes sociais. Assim, torna-se evidente o papel fundamental das tecnologias, no que tange à ativismos sociais.           À vista de tais preceitos, as mobilizações sociais no século XXI, revelam-se extremamente importantes. Para que se intensifique a atuação massificada diante de problemas com bastante abrangência, portanto, faz-se necessária a atuação das instituições formadoras de opinião, como a escola, efetivar em períodos de tensões sociais, por meio das aulas de história e sociologia, debates e diálogos sobre a conjuntura do ativismo, a fim de instigar o pensamento crítico do aluno. É imprescindível, ainda, que o Governo Federal assegure o direito de manifestação da população, não intervindo em manifestações pacíficas. Dessa maneira, poder-se-á construir uma sociedade mais desenvolvida socialmente, sem que para isso tenha que fazer o uso desenfreado de guilhotinas.