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Enviada em: 03/06/2018

Na obra "Os sertões'', o autor pré-modernista Euclides da Cunha retrata a revolta de Canudos, no qual a população, liderada pelo messiânico Antônio Conselheiro, foi oprimida pelo Governo por se manifestar contra o sistema vigente, que oprimia e ignorava os cidadãos do Sertão. Hoje, mesmo após os avanços dos direitos com relação à liberdade de expressão, garantida pela Constituição Federal de 1988, os problemas apresentados no livro, como a opressão a manifestações populares, ainda se mostram notáveis dentro da sociedade, o que afeta os ideais democráticos.   Ao analisar por um prisma histórico, verifica-se que o caráter participativo acentuou-se expressivamente nas sociedades mundiais com a Revolução Francesa, no qual a população, inspirada pelo Iluminismo e movida pelos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade manifestou-se contra o sistema vigente, com isso, houve a disseminação de manifestações populares ao redor do mundo. No Brasil, à liberdade de expressão vem sendo exercida desde do período da Redemocratização, em que houve a transição do fim da Ditadura Militar para à democracia e teve seu ápice com a criação da Constituição de 1988, que prega a livre expressão de pensamento. Todavia, ainda existem meios de opressão para conter as manifestações em evidência no século XXI, sendo o principal deles a manipulação da imprensa, como durante a cobertura das manifestações de 2013 a respeito dos 20 centavos, em que não foi mostrada a realidade e repressão nas ruas, assim, alienando os cidadãos.    Por conseguinte, é indubitável que as chagas da atualidade é a falta de imparcialidade de parte da imprensa contra manifestações que se opõem ao Governo vigente, o que influencia a população a enxergar os protestos populares de forma negativa. Ademais, com o aumento da importância da internet, nota-se a disseminação de noticias falsas para manipular a opinião pública, como no caso da morte da vereadora Marielle, que teve sua imagem difamada com o intuito de diminuir a comoção popular. Segundo Clement Attlee, "A democracia não é apenas a lei da maioria, mas a lei da maioria que respeita os direitos das minorias",logo, é vital que se foque nesse ideal para resolver essa questão.    Portanto, cabe ao Estado incentivar a imparcialidade das mídias de comunicação como forma de mudar o panorama vigente. Para isso, deve-se promover medidas que foquem em aumentar as diversidades de opiniões dentro da imprensa, com a diversificação de profissionais e a publicação de artigos de pontos de vista distintos, para que assim, a população tenha sua própria visão sobre as manifestações populares em evidência. Outrossim, é importante que as mídias de comunicação, em conjunto com os Órgãos Governamentais, alertem os cidadãos sobre os riscos das noticias falsas, incentivando-os a conferir sua veracidade, com isso, impedindo a manipulação da opinião pública.