Materiais:
Enviada em: 30/05/2018

A primavera árabe em 2010 foi, para muitos, um sinal de que os seres humanos, mais precisamente os jovens, são capazes de reivindicar por seus direitos quando se trata do mundo. Ao falar de Brasil, as manifestações em 2013 parece ser algo de uma população saída de um conto de fadas, pois como se explica algo tão ingênuo e desorientado. Em 2018, sai o povo das ruas e entra os caminhões parados nos acostamentos transformando a ingenuidade em malícia ao garantir que o país vai parar, e parou como um castelo de cartas. Assim, sãos os protestos dos brasileiros no século XXI, um sopro de esperança misturado com falta de formação e gritos de socorro.        Em primeira análise, a sociedade brasileira que se exime da responsabilidade quando se depara a escândalos de corrupção seja cruzando braços ou não denunciando ou se manifestando vestido de camisa da seleção por meio de panelaço sem procurar se informar da veracidade das notícias, além, claro, de ganhar apelidos como, o gigante acordou, o que representa muito pouco da complexidade social vigente. Os indivíduos desempregados, a inflação nas alturas, os hospitais sucateados, as escolas abandonadas são o reflexo da omissão dos “geladeira cheia”, carro zero e viagem de férias, infelizmente, o repertório é vasto no que se refere à indignação seletiva.  Além disso, os que se consideram responsáveis pelo caos em que o país se encontra “lutam vendados orientados por mudos” onde grunhidos indecifráveis ganham as mais variadas codificações e tentativas frustradas de saída do poço cansam os que buscam justiça social.A mídia que escolhe lados, se cala frente ao desfile arrebatador do Grêmio Recreativo Escola de Samba Paraíso do Tuiuti de 2018 e o silêncio que grita choca toda a sociedade que teima em ignorar os que são oprimidos e suas mazelas.   Ainda mais, os caminhoneiros brasileiros, em maio de 2018, buscando redução nos impostos e no preço abusivo dos combustíveis fósseis se manifestam como imaginam ser a melhor maneira, parando nos acostamentos e fazendo piquetes. Dessa maneira, o governo parece que visualizou os profissionais invisíveis seja por falta dos alimentos nos postos de abastecimentos ou por que a população apoiou a paralização ou por simples falta de combustível para as viagens de avião.   Os representantes eleitos devem bater ponto e apresentar produtividade, igualmente, os assalariados brasileiros; a sociedade deve lutar por dignidade para todos especialmente, para as minorias sociais sem representatividade; os parlamentares devem garantir que a Constituição Cidadã tenha mais valor no ambiente público do que a bíblia, além, claro, de separar a Igreja do Estado, pois esse é laico. Essas são algumas ações, pequenas e grandes, para uma possível conciliação entre: democracia e ordem pública. Assim, o Gigante pode ter condições de voltar a dormir em berço esplêndido.